Fazer parte da Missão Marajó foi algo inesperado para mim, eu me convidei para participar. Não sabia nem se poderia ir mesmo, mas cheguei em casa decidida a arrumar a mala. Inicialmente senti um frio na barriga, não pela viagem, porque sou acostumada a viajar de barco, mas por não saber o que Deus faria. E Ele fez muita coisa.
Esta missão foi uma enorme superação pra mim, em todos os sentidos. A maior experiência foi a de cantar, cansei de ouvir e também de saber que não tenho afinação, não me sentia mais a vontade em pegar um microfone, me fechei totalmente a isso. Então quando me foi dada essa responsabilidade, tremi de medo e só passava na minha cabeça que eu não era capaz. Mas Deus agiu em mim, superei meus medos e cantei, animei e conduzi momentos de oração.
Minha caminhada estava meio sem sentido antes da missão. Eu só pedia a Deus que não desistisse de mim, pois nem eu acreditava mais em mim mesma, achava que não podia fazer algo de bom para Ele.
Todos os momentos de oração foram me quebrando, curando e levantando. Vi que o Senhor me dava uma nova chance. Deus acredita em mim. Foi depois de um Grupo de Oração maravilhoso, que eu enfim tomei posse: “Tudo posso Naquele que me fortalece”.
Vivenciar adorações com irmãos de aproximadamente 50 anos, que nunca haviam adorado a Jesus, foi uma verdadeira sacudida na minha vida, me sentia tão pequena, egoísta, tenho sempre essa oportunidade e não dou o devido valor; pedia tanto perdão.
Partilho que também pela primeira vez em uma adoração consegui olhar para Jesus sem desviar, visualizava a imagem Dele carregando uma criança no colo e me sentia essa criança, foi uma experiência incrível, uma cura enorme.
Fui curada nos meus sonhos: pela primeira vez consegui ouvir a voz doce e suave de Jesus, até então não conseguia devido a tanto barulho na minha cabeça, falta de concentração e até mesmo de fé, mas a voz Dele até hoje ressoa em meus ouvidos.
Sem contar as diversas passagens Bíblicas que permearam esta missão e que me fizeram deixar de olhar só para o meu umbigo, me mostraram que posso sim ser útil, mas principalmente que eu preciso muito mais desses irmãos ribeirinhos que eles de mim. Meu conhecimento científico pode sim ajudar, mas eu aprendi muito mais, pois eles me ensinaram valores, que não se aprendem em universidades. Me mostraram um novo mundo, me fizeram enxergar que eu só existo pela grande misericórdia de Deus. Mais uma vez não desistiu de mim, me levou para bem longe para assim poder me alcançar novamente.
A Bíblia me mostrou trechos para guiar meu caminho:
“Tua palavra é lâmpada para os meus pés e luz para o meu caminho” (Sl 118): recebi esta passagem após um momento de adoração.
Hoje o maior desejo do meu coração é estar abandonada em Jesus, livre ao ser escrava do amor Dele e ver cada canto do mundo sendo incendiado pelo fogo do Espírito Santo.
Trago comigo o desejo de “ter sede da graça cada dia mais, vou mais longe quando comigo estás”.
E ao entrar na barca de Jesus sigo na esperança de: “Por isso deixo aqui meu querer, guia-me Senhor onde lhe aprover. Calo meu querer para ouvir o que Deus quer, barco a vela solto pelo mar, vou para onde o vento do Senhor levar…”
E com a lição do abacateiro tive a resposta feita no início da viagem: que nem sempre temos estrutura para suportar o tamanho da bênção que pedimos a Deus. Por isso, muitas vezes precisamos esperar algum tempo para recebê-la.
Nesta missão recebi tudo do bom Deus…
Milene – Abaetetuba/PA
Ministérios de Formação e Pregação