A Palavra de Deus nos atesta que “quem encontrou um amigo, descobriu um tesouro” (cf. Eclo 6,14). De fato, desde a mais tenra idade nos deparamos com a Graça que é ter amigos nas mais diversas situações. Mas nada nos convence mais da importância da amizade do que quando formamos uma família. É no seio familiar que descobrimos diversas formas diferentes de amar os nossos semelhantes e, por que não dizer, aqueles que diferem de nós. Além disso, é nos amigos que fazemos ao longo da vida nos diversos contextos que vamos profundamente “tocando” no tesouro que descobrimos.
A vida em família possibilita a prática constante do amor, seja na paciência exigida, no autodomínio, na bondade, ou até mesmo na humildade de não buscar somente os próprios interesses (cf. I Cor 13, 4-5). E é a partir dessa experiência no seio familiar que vamos alargando o amor para com aqueles que não são sangue do nosso sangue, mas são nossos irmãos em Cristo. Ninguém vive sozinho. E, de fato, as dificuldades pessoais e familiares são melhores vencidas quando temos bons amigos com quem partilhar, ouvir conselhos, chorar junto ou simplesmente silenciar e desfrutar da presença reconfortante de se ter alguém com quem contar.
A verdade é que o convite ao amor e à misericórdia não é somente para os que pensam como nós, agem ou falam como nós; Jesus nos pede tudo para todos. O amor com que Ele nos ama e ama a nossa família deve ser irradiado além daquele ciclo de amigos que escolhemos conviver. É necessário que reconheçamos o outro como nosso semelhante, independente da circunstância e, na medida do possível (e até mais que isso), estender nossa mão amiga para abraçarmos a realidade daqueles que passam por nós. Agindo assim, os pais ensinam aos filhos o poder da misericórdia que nos foi derramada por Jesus na Cruz, os filhos tocam seus pais a voltarem os olhos para o essencial, que é o Amor de Deus por toda a humanidade, em especial pelos pequeninos e, assim, todos são levados a “amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos” (cf. Mt 22, 37-39).
Que Deus nos ensine a amar como Ele amou, dentro de nossos lares, com aqueles que convivemos diariamente e também com aqueles que, porventura, cruzam nossos caminhos todos os dias e necessitam de que os amemos para que saibam que há um Deus que os ama muito mais!
Sagrada Família de Nazaré, rogai por nós!