Artigo: a cidadania e eu

Artigo: a cidadania e eu

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Neste fim de ano, oferecemos novamente este artigo, sempre atual Leia o texto abaixo e saiba como você pode exercer a sua cidadania a favor da vida.

Na vida pública de Jesus, atitudes únicas chamaram a atenção daqueles que O seguiam. Prova disso, são os fatos narrados no Evangelho quanto à sua transparência, participação, docilidade, autenticidade e justiça na vivência do Evangelho.

É assim que o menino Jesus inicia o diálogo junto àquele povo que governava Jerusalém. Vejamos com atenção o que o Evangelho de Lucas nos ensina no capítulo 2, versículos de 41 a 52:

“Seus pais iam todos os anos a Jerusalém para a festa da Páscoa. (41) Tendo Ele atingido doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume da festa. (42) Acabados os dias da festa, quando voltavam, ficou o menino Jesus em Jerusalém, sem que os Seus pais o percebessem. (43) Pensando que Ele estivesse com os seus companheiros de comitiva, andaram caminho de um dia e O buscaram entre os parentes e conhecidos. (44) Mas não O encontrando, voltaram a Jerusalém, à procura Dele. 46 Três dias depois O acharam no templo, sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. (46) Todos os que O ouviam estavam maravilhados da sabedoria de suas respostas. (47) Quando eles O viram, ficaram admirados. E sua mãe disse-lhe: Meu filho, que nos fizeste?! Eis que teu pai e eu andávamos à tua procura, cheios de aflição. (48) Respondeu-lhes Ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de meu Pai? (49) Eles, porém, não compreenderam o que Ele lhes dissera. (50) Em seguida, desceu com eles a Nazaré e lhes era submisso. Sua mãe guardava todas estas coisas no seu coração. (51) E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens.”

Na narrativa acima, o pequeno Jesus demonstra Sua coragem em adentrar o templo e sentar-se em meio aos doutores da lei, a ouvi-los e interrogá-los, o que causou admiração a Seus pais. Justifica-se afirmando que devia se ocupar das coisas de Seu Pai, sem esclarecer-lhes quais coisas seriam. 
 
A postura de Jesus nos mostra que precisamos despertar para a vivência da cidadania enquanto cristãos. Principalmente nesses últimos anos onde acompanhamos a implementação de instrumentos legais no ordenamento jurídico brasileiro que estão em desacordo com as leis de Deus, uma vez que o Projeto de Lei 1135/91, em trâmite na Câmara dos Deputados, o qual visa à descriminalização do aborto com o patrocínio do SUS e dos planos de saúde de todo o país, está em desacordo com os desígnios de Deus, Autor da Vida. 
 
O direito à cidadania constitui um dos princípios fundamentais do Estado Democrático de Direito e contempla liberdades e obrigações políticas, sociais e econômicas. Ser cidadão hoje implica em exercer seu direito à vida, à liberdade, à dignidade, ao trabalho, à moradia, à educação, à saúde, à cobrança de ética por parte dos governantes e representantes eleitos. Seu exercício pleno está pautado na participação ativa das decisões da comunidade, da cidade, do estado e do país, apontando caminhos e soluções para as lides em todos os âmbitos de convivência. A cidadania precisa se consolidar para que tenhamos um país justo e igualitário para todos os brasileiros.
 
Mais do que nunca necessitamos de formação jurídica, política e cristã, mesmo que não estejamos nas faculdades. Necessitamos de conhecimento sobre partidos políticos comprometidos com a moral e ainda, de alimento sólido sobre ética.
 
O silêncio há de ser cultivado para nos aproximarmos de uma espiritualidade profunda. Contudo, neste caso, é preciso falar, agir, mostrar a cara aos parlamentares como forma de manifesto contrário a essa postura desumana e cruel àqueles que não falam, apenas crescem a cada dia rumo à uma vida extra-uterina. Se mantivermos a postura do silêncio que querem impor, primeiro aos fetos que serão assassinados ainda no ventre de sua mãe, e segundo, a nós cristãos e cidadãos brasileiros, contribuiremos sim para a implantação da cultura de morte na Terra de Santa Cruz e conseqüentemente estaremos longe de vivermos as Escrituras quanto à realização de obras oriundas de uma fé madura e comprometida com o Reino. 
 
A postura de Jesus foi de ouvir, inicialmente, os doutores da lei. E nós? Como cristãos, ouvimos nossos representantes? Acompanhamos sua vida pública no Congresso Nacional ou apenas o elegemos? Acessamos os sites que veiculam o surgimento das normas no país?
 
É preciso, ainda, imitar Jesus que não apenas ouviu, mas interrogou. Hoje, em especial sobre a questão de interrogarmos nossos representantes eleitos sobre a aprovação do PL 1135/91, traduz-se na necessidade de aderirmos ao trabalho de coleta de assinaturas originada no Ministério de Promoção Humana, da RCC Nacional, que visa à apresentação de 1.000.000 (um milhão) de assinaturas ao Congresso Nacional, ainda em 2009 como manifesto incontestável pela vida dos católicos comprometidos com o Evangelho e o amor de Deus.
 
1.000.000 (um milhão) de assinaturas não são colhidas da noite para o dia e a falta de uma acarreta prejuízo a essa mobilização de amor e respeito à vida. Assim como Maria que ao ser saudada pelo arcanjo Gabriel nos deu o exemplo do servir indo ao encontro de sua prima Isabel, possamos servir Jesus e mobilizar todos os movimentos e pastorais da nossa Santa Igreja para darmos esse importante passo na construção de um novo rumo político na história da vida em nosso país.
 
Você e eu somos responsáveis pelo futuro das crianças do Brasil que poderão ser, caso nasçam, uma geração de homens e mulheres consagrados a Jesus ou, pela nossa omissão, enterradas em qualquer lugar ermo porque lhe foi ceifado o direito de viver. Só depende de mim e de você assumirmos nosso papel na sociedade e na Igreja e ajudarmos a conscientizar nosso povo sobre a grandeza de ser um cidadão brasileiro.

Vida cristã se traduz no comprometimento da evolução do país. Vida cristã se resume em participação efetiva das decisões dos governantes. Vida cristã se resume em unirmos forças na luta pelo direito dos inocentes. Vida cristã consiste em sermos cidadãos do céu com os pés na realidade dura do Brasil.
 
Salve Maria!!

Maria Isabel Rodrigues
Serva do Grupo de Oração Jesus Vive, Guará I/DF
Advogada, 36 anos

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