Desde o encontro dos “movimentos” em Pentecostes, de 1998 com o Papa João Paulo II, tem sido uma grande alegria crescer no relacionamento com vários membros de vários movimentos e novas comunidades. Entretanto, em tais ocasiões, estou sempre consciente de que a Renovação Carismática não é um movimento da mesma forma que outros movimentos o são. É mais uma graça ou corrente de renovação no Espírito Santo, com caráter mundial e muitas expressões na Igreja Católica. Não temos um fundador aqui na terra, não temos cursos formais de iniciação e não há listas de membros. A Renovação Carismática é, portanto, um grupo diverso de pessoas, grupos, comunidades e ministérios. Em nossa diversidade, partilhamos a experiência de nossa fé tornando-se mais viva através do derramamento, liberação ou Batismo no Espírito Santo. Charles Whitehead, um ex-Presidente do ICCRS, descreveu-a como “uma experiência pessoal da presença e poder do Espírito Santo, que traz à vida, de várias formas, a graça do nosso batismo. O Espírito Santo não apenas vivifica as chamas do que já recebemos, mas vem novamente, com poder, para nos equipar com seus dons para serviço e missão na Igreja e no mundo”. Através da RCC, esta experiência do Espírito Santo, que é algumas vezes referida como um “Pentecostes pessoal” está enraizada na Igreja e traz unidade às muitas e diferentes expressões.
Uma das bênçãos deste fluir espontâneo da graça do Espírito Santo no mundo têm sido a liberdade com a qual as pessoas, grupos e comunidades tem tido para seguir as moções do Espírito e para desenvolver suas próprias expressões e atividades carismáticas dentro da Igreja. Entretanto, uma desvantagem deste tipo de desenvolvimento é de que pode reduzir as oportunidades de aprender e colaborar com os outros. Uma perspectiva mais ampla pode ser bastante enriquecedora, especialmente em nível internacional, onde temos a oportunidade, como membros da Igreja Universal, de experimentar o que o Espírito está fazendo em cada nação.
A fim de facilitar a comunicação, cooperação e coordenação com a RCC, em 1978 um escritório internacional com um Conselho, formado por líderes da Renovação de várias partes do mundo, foi aberto sob os auspícios do Cardeal Suenens. O papel deste escritório, que inicialmente se localizava em Bruxelas e então em Roma, foi o de promover e facilitar a comunicação e cooperação entre as realidades da Renovação, nacional e internacionalmente, e oferecer um canal de comunicação e cooperação para a RCC internacional com a Santa Sé. Com este objetivo, em 1993 o Concílio Pontifício para Leigos reconheceu os Serviços Internacionais da Renovação Carismática Católica (ICCRS) como uma organização designada a promover a RCC no mundo, com personalidade jurídica, aprovando seus estatutos.
Em abril de 2000, o Papa João Paulo II afirmou o mandato da RCC, dizendo: “Estou certo de que, para a consciência eclesial amadurecer nas diferentes comunidades Carismáticas no mundo, o ICCRS tem um papel importante…A tarefa do ICCRS é coordenar e promover a troca de experiências e reflexões entre as comunidades Carismáticas Católicas no mundo”. João Paulo II também encorajou o ICCRS a fomentar a maturidade eclesial dentro da RCC. Parte da resposta a isto foi a fundação do Instituto de Formação. O programa de três semanas de Formação de Lideranças é realizado em Roma e o Curso de Treinamento para Lideranças mais curto tem sido realizado em vários países.
Essencialmente, o ICCRS é um “serviço” oferecido a todas as expressões da Renovação Carismática do mundo. Quando o ICCRS apresenta um ensino ou um conselho pastoral, ou emite diretrizes ou oferece treinamento, ele o faz como um servo oferecendo ajuda, não como uma autoridade esperando obediência. O ICCRS adquire autoridade pelo serviço, não impondo autoridade ou governança, mas apenas oferecendo seus serviços.
Os serviços que são oferecidos pelo ICCRS incluem:
• Assistir nas comunicações e oferecer ensinos – ex: o boletim bi-mensal;
• Atuar como centro de informações mantendo uma base de dados abrangente sobre os contatos da RCC no mundo;
• Promover maturidade eclesial através do Instituto de Formação e prover materiais de ensino e pesquisa sobre tópicos importantes da RCC;
• O escritório do Vaticano abriga um arquivo extenso com muitos documentos “históricos” relativos à história da Renovação. A Biblioteca Brian Smith também contém muitos livros clássicos sobre a RCC;
• Organizar conferências, seminários e colóquios internacionais;
• Encorajar uma reflexão teológica continua através do trabalho da Comissão Doutrinal do ICCRS;
• Desenvolver entendimento mútuo entre a RCC e a Igreja de acordo com a orientação do Santo Padre;
• Manter contato frequente com o Concílio Pontifício para os Leigos e manter outros discatérios da Santa Sé informados sobre questões relativas à RCC;
• Manter laços fraternais com várias realidades ecumênicas;
• Cooperar e colaborar com os movimentos eclesiais e novas comunidades;
• Promover o relacionamento especial que o ICCRS tem com a Fraternidade Católica das Comunidades de Aliança;
• Quando possível, distribuir ajuda financeira para o desenvolvimento e promoção da RCC nas regiões mais pobres do mundo.
Favor manter o trabalho continuo do ICCRS em suas orações.