Neste IV Domingo de Páscoa, após ordenar 19 sacerdotes na Basílica de São Pedro, o Papa Francisco recitou a Oração do Regina Coeli na presença dos milhares de peregrinos e fiéis presentes na Praça São Pedro. Antes da oração, o Papa pronunciou as seguintes palavras:
Caros irmãos e irmãs, bom dia!
O IV Domingo de Páscoa – este – chamado de “Domingo do Bom Pastor”, a cada ano nos convida a redescobrir, com estupor sempre novo, esta definição que Jesus deu de si mesmo, à luz da sua paixão, morte e ressurreição. “O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10,11). Essas palavras se tornaram realidade quando Cristo, obedecendo livremente a vontade do Pai, se sacrificou na cruz. Então, torna-se bastante claro o que significa Ele como “o bom pastor”: deu a vida, ofereceu a sua vida como um sacrifício por todos nós: para você, para você, para você, para mim, para todos! Por isso é o bom pastor!
Cristo é o verdadeiro pastor, o maior modelo de amor pelo rebanho: Ele dispõe livremente a própria vida, ninguém a tira (cf. v 18.), Ele a dá em favor das ovelhas (v. 17). Em oposição aberta aos falsos pastores, Jesus se apresenta como o verdadeiro e único pastor do povo: o mau pastor pensa em si mesmo e usa as ovelhas; o bom pastor pensa nas ovelhas e doa a si mesmo. Ao contrário do mercenário, Cristo pastor é um guia cuidadoso que participa da vida do seu rebanho, não busca outro interesse, não tem outra ambição a não ser guiar, alimentar e proteger suas ovelhas. E tudo isso ao preço mais alto, o do sacrifício da própria vida.
Na figura de Jesus, bom pastor, contemplamos a Providência de Deus, a sua solicitude paterna por cada um de nós. Não nos deixa sozinhos! A consequência desta contemplação de Jesus Pastor verdadeiro e bom, é a exclamação de profunda admiração que encontramos na segunda leitura da liturgia de hoje: “Considerai com que amor nos amou o Pai…” (1 João 3,1). É realmente um amor surpreendente e misterioso, porque dando-nos Jesus como Pastor que dá a vida por nós, o Pai nos deu tudo aquilo que de maior e precioso poderia nos dar! É o amor mais alto e mais puro, porque não é motivado por nenhuma necessidade, não é condicionado por nenhum cálculo, não é motivado por nenhum interessado desejo de troca. Diante deste amor de Deus, nós experimentamos uma alegria imensa e nos abrimos ao reconhecimento por aquilo que recebemos gratuitamente.
Mas somente contemplar e agradecer não basta. É necessário seguir o Bom Pastor. Especialmente aqueles que têm a missão de guia na Igreja – sacerdotes, bispos, papas – são chamados a assumir, não a mentalidade do administrador, mas a de servo, à imitação de Jesus que, despojando-se de si mesmo, nos salvou com a sua misericórdia. A este estilo pastoral, de Bom Pastor, são chamados também os novos sacerdotes da Diocese de Roma, que tive a alegria de ordenar esta manhã na Basílica de São Pedro.
E dois deles se aproximarão para agradecer-lhes pelas orações e para cumprimentá-los… [dois padres recém-ordenados se aproximam do Santo Padre]
Maria conceda para mim, para os bispos e sacerdotes do mundo inteiro a graça de servir o povo santo de Deus por meio do anúncio jubiloso do Evangelho, a celebração dos sacramentos e a paciente e humilde guia pastoral.
(Após o Regina Coeli)
Queridos irmãos e irmãs,
Quero assegurar a minha proximidade às populações atingidas por um forte terremoto no Nepal e países vizinhos. Rezo pelas vítimas, pelos feridos e por todos aqueles que sofrem por causa desta calamidade. Que tenham o apoio da solidariedade fraterna. E rezemos a Nossa Senhora para que lhes seja próxima. Ave Maria…
Hoje, no Canadá, é proclamada Beata a Irmã Maria Elisa Turgeon, fundadora das Irmãs de Nossa Senhora do Rosário de São Germano. Uma religiosa exemplar, dedicado à oração, ensinamento nos pequenos centros de sua diocese e às obras de caridade. Demos graças ao Senhor por esta mulher, modelo de vida consagrada a Deus e de generoso empenho a serviço do próximo.
Saúdo com afeto todos os peregrinos de Roma, da Itália e de vários países, especialmente aqueles que vieram em grande número da Polônia por ocasião do primeiro aniversário da canonização de João Paulo II. Amados, ressoe sempre em seus corações a sua chamada: “Abri as portas a Cristo!”, que dizia com aquela voz forte e santa que ele tinha. O Senhor vos abençoe e às vossas famílias e Mario os proteja.
Saúdo os fiéis de Budapeste, Madrid, Burgos, Bratislava e Cairo; bem como aqueles de Trieste, Giovinazzo, Gorga, Gorlago, Pesaro, Lamezia Terme. Saúdo os jovens de Niscemi e Trezzano Rosa, e os jovens dos vicariatos de Casalpusterlengo e Codogno, que vão renovar a profissão de fé.
Desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até logo!
Fonte: Zenit