Após ter recebido o anúncio de que seria a mãe do Filho de Deus, Maria foi visitar Isabel, para partilhar a alegria da gestação na velhice de sua parenta. A gravidez de ambas foi possível pelo poder de Deus. A ida de Maria também foi o cumprimento do que o anjo havia dito a Zacarias: “desde o ventre de sua mãe, seu filho seria cheio do Espírito Santo” (Lc 1, 15b). Pois, assim que Isabel ouviu a saudação de Nossa Senhora, a criança pulou em seu ventre e ficou cheia do Espírito Santo (cf. Lc 1,44).

Neste Ano Mariano, o que o episódio da visitação teria a nos ensinar hoje? Com este artigo, o Senhor quer chamar a nós, especialmente os servos da Renovação Carismática, à humildade e práticas de desprendimento. Ao lê-lo, deixe que o Espírito te faça perceber onde ainda é necessário mudança na sua postura de servo.

Sinta-se na escola de Maria e vamos aprender duas importantes lições com Ela.

1- Saia do palco e vá ao encontro do irmão.Mesmo sendo a Mãe de Deus, Maria foi até Isabel. Aplicado à realidade da RCC, seria como se alguém que está “acima” de você e fosse te visitar.

Recentemente, um irmão coordenador foi à casa de um servo e, sem querer, compreendeu o motivo da aparente falta de compromisso com pontualidade no Grupo de Oração. Ao se aproximar, o coordenador conheceu mais a vida do irmão e deixou o pré-julgamento que tinha para trás. E este é só um exemplo. O contato com o outro sempre nos acrescenta algo.

Na prática:visitas durante a Novena de Pentecostes, ou a um servo doente, ou a um participante novo ou afastado, e até um reencontro com aquele servo amigo com quem precisamos regar a amizade.

2- Seja sinal de Deus ao outro de modo pessoal.Maria estava cheia do Espírito Santo e apenas sua saudação foi o suficiente para que o Espírito também chegasse àquela casa.

Nosso Movimento tem a graça ser instrumento de Deus e de conversão com pregações, canções, eventos. Mas o Senhor nos pede mais! Ele deseja que sejamos usados por Ele também no contato individual com os irmãos. Pois, para alguns, a sua atenção e abraço de irmão podem tocar mais que palavras bonitas diante do púlpito, além de que essas atitudes de acolhida fortalecem a evangelização como um todo.

Na prática:se importar com quem chega ao Grupo de Oração, saber seu nome, conversar com o irmão sobre sua caminhada, rezar por um “servo-problema” e ter coração aberto antes da crítica, dar bons conselhos, apresentar a confiança no Senhor como conforto para a sua dor.

Atenção! Há uma condição para que essas lições sejam realizáveis: a humildade de coração! Tanto Isabel quanto Maria foram alvo de milagres divinos e não se envaideceram por isso, mas louvaram a Deus. Isabel honrou “a mãe do seu Senhor”, e Maria devolveu as graças a Deus, no cântico do Magnificat.

Também nós somos milagres de Deus, e há milagres realizados através da nossa oração, do nosso serviço. Mas, se em nosso coração há o desejo de glórias pessoais, nos fechamos ao outro, pois o fim passa a ser nós mesmos. Com isso, o Senhor nos alerta a sermos humildes em nossos talentos, e, assim, não pensar no irmão difícil, mas se pergunte em que palco estou, que ainda é uma barreira entre mim e meu irmão?

O coração do Senhor se alegra pela abertura ao irmão, e por ver seus filhos crescendo no amor. Um melhor relacionamento entre servos gera grandes frutos para todo o Grupo de Oração, pois a unidade entre os operários enriquece ainda mais a obra.

Eis aqui os teus servos, Senhor!

 

Laís do Valle Corrêa
Grupo de Oração Maranatha
Ministério de Comunicação Social (Arquidiocese de Belém-PA)