Na Audiência Geral desta quarta-feira Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequese sobre o zelo apostólico, mas, desta vez, não usou como exemplo a história de um apóstolo, como São Paulo, e sim a multidão dos mártires. Homens e mulheres das mais diversas idades, línguas e nações, que deram a vida por Cristo.
Segundo Francisco, depois da geração dos Apóstolos, foram eles as “testemunhas” por excelência do Evangelho. “O primeiro foi Santo Estêvão, lapidado fora das muralhas de Jerusalém. Os mártires, porém”, advertiu o Papa, “não devem ser vistos como “heróis” que agiram individualmente, como flores despontadas num deserto, mas como frutos maduros e excelentes da vinha do Senhor, que é a Igreja.”
O Santo Padre explicou que os cristãos que participavam assiduamente da celebração da Eucaristia acabavam por se sentirem inspirados pelo Espírito a ter uma vida de acordo com aquilo que o Senhor Jesus deseja para eles. Uma vida com base no amor de Deus e que, por isso, assim como Jesus deu a vida por eles, eles também podiam e deviam dar a vida por Ele e pelos irmãos. “Os mártires amam Cristo na sua vida e O imitam na sua morte”, acrescentou o Papa.
Dessa maneira, a exemplo de Cristo, os mártires são capazes de perdoar seus algozes durante o anúncio do Evangelho. Segundo Francisco, o momento que deveria ser marcado por extrema violência se torna uma ocasião suprema de amor. “É interessante isto: os mártires perdoam sempre os algozes”.
Embora o martírio seja pedido a poucos, “todos, porém, devem estar dispostos – diz o Concílio Vaticano II – a confessar a Cristo diante dos homens e a segui-Lo no caminho da cruz em meio das perseguições que nunca faltarão à Igreja”. Com isso, o Santo Padre quer dizer que os mártires mostram que todo cristão é chamado a dar testemunho com a sua vida, embora não chegue ao derramamento do sangue, fazendo de si mesmo um dom a Deus e aos irmãos.
O Pontífice voltou a repetir que os mártires são mais numerosos no nosso tempo do que nos primeiros séculos e citou o Iêmen como terra de martírio, lembrando as religiosas, os religiosos e os leigos que ali perderam a vida recentemente. “Portanto, oremos para não nos cansarmos de dar testemunho do Evangelho até em tempos de tribulação. Que todos os santos e santas mártires sejam sementes de paz e de reconciliação entre os povos, por um mundo mais humano e fraterno, à espera que se manifeste plenamente o Reino dos céus, quando Deus será tudo em todos”, finalizou o Papa.