“’Achamos o Messias!’ Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar disse: ‘Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas’” (Jo 1, 41b-42).
Esta passagem do Evangelho de São João nos demonstra bem que o nosso profetismo deve brotar do encontro pessoal com Deus! Não somos missionários por simples opção humana, por motivações ou persuasões institucionais ou meramente por amor a uma causa; somos missionários de Jesus Cristo porque tivemos e temos continuamente uma experiência impactante e transformadora com o Amor de Deus. Com efeito, André – aquele que anunciou o Cristo a Cefas, seu irmão – passou toda uma tarde com o Senhor, deleitando-se na presença de Sua Majestade, falando com Deus e, mais do que isto, ouvindo-O. Logo, profundamente preenchido do amor de Deus, que deu um novo sentido à sua vida, ele sai e brada em alta voz para seu irmão: “Achamos o Messias!”
É bem neste sentido que São Paulo vai nos dizer: “Anunciar o Evangelho não é glória para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o Evangelho!” (I Cor. 9,16). O que São Paulo quis expressar? Certamente, esta “obrigação” de evangelizar não é um fardo que lhe foi imposto, é fruto do doce constrangimento do Amor. Deus nos ama tanto que nos sentimos impelidos a anunciá-Lo com grande alegria e o fazemos com a eloquência dos impactados pelo amor e poder de Deus.
Portanto, é possível e devido dizer que a missão brota do amor; não de qualquer amor, mas do próprio Amor de Deus para com os homens. A missão é, pois, o transbordamento do amor que primeiramente atinge e transforma o discípulo do Senhor, tornando-o assim um apóstolo imparável do Senhor. É neste sentido que o Documento Conclusivo da V Conferência Episcopal Latino-americana vai dizer: “Conhecer a Jesus Cristo pela fé é nossa alegria; segui-lo é uma graça, e transmitir este tesouro aos demais é uma tarefa que o Senhor, ao nos chamar e nos eleger, nos confiou” (Doc. Aparecida, 18).
É, pois, preciso sempre alimentar e estreitar este relacionamento com Deus. É bem verdade que ao longo da caminhada e diante das vicissitudes da vida, das frustrações e mesmo das decepções, corremos o risco de esmorecer, de arrefecer o primeiro amor. Que é necessário? À exemplo dos dois discípulos de João Batista, é preciso ir à casa do Senhor e “passar uma tarde com Ele”, isto é, é preciso ser amigo de Deus, aproximar-se mais e mais do Senhor, já que Ele se deixa encontrar, invocá-Lo já que está perto (cf. Is 55,6).
Ao nos aproximarmos do Tempo Litúrgico do Advento e da celebração do Natal de Nosso Senhor Jesus Cristo, deixemos que se renove em nós a alegria da esperança no Cristo que vem, bem como o desejo de anunciá-Lo ao mundo com destemor e com amor.
Que Maria Santíssima, a Mãe de Pés Ligeiros, modelo de oração e de missionariedade, nos ensine a transbordar o amor de Deus por meio de uma Nova Evangelização!
Veni Sancte Spiritus!
Vinicius Rodrigues Simões
Presidente do Conselho Nacional da RCCBRASIL
G.O Jesus Senhor
Agora também é possível ouvir a Carta aos Carismáticos. Ouça agora mesmo!
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