Algumas dúvidas surgem na Igreja sobre a maneira como os carismas acontecem na Renovação Carismática Católica: “São Paulo não afirmou que não se deve falar em línguas se não houver quem interprete?”, “A oração em línguas não escandaliza e afasta as pessoas da Igreja?”, “A oração em línguas não deveria ser praticada apenas na oração pessoal?”, “São Paulo não disse que apenas dois ou três devem falar em línguas, então por que na RCC todos oram em línguas ao mesmo tempo?”, “O que dizer sobre a expressão de São Paulo de que é melhor dizer cinco palavras compreensíveis do que dez mil incompreensíveis?”, “Há diferenças entre o falar e o orar em línguas?”, “O que são as línguas e profecias que aparecem nas orações da RCC?”. Dúvidas como essas têm acompanhado a trajetória da RCC desde seu surgimento e, inclusive, muitas vezes têm gerado embaraços para alguns líderes que não sabem o que e como responder.
Muitos desses questionamentos surgem pela leitura do capítulo 14 da Primeira Carta aos Coríntios, que é justamente um dos trechos bíblicos mais utilizados na RCC como fundamentação para as formas de manifestações dos carismas. Mas por que acontecem interpretações diferentes quanto a um mesmo texto bíblico?
No livro Aspirai aos Dons do Espírito tentou-se apresentar uma leitura que se parecesse com a compreensão que se tem sobre esse capítulo na Renovação Carismática Católica. Através de um trabalho de interpretação que leva em consideração determinadas proposições da análise do discurso e, também, procurando relacionar essas interpretações a uma vasta relação bibliográfica de teólogos e escritores renomados que se debruçaram sobre o assunto, como ainda, relacionando essa visão interpretativa a diversos textos retirados de documentos oficiais da Igreja, procurou-se aplicar uma leitura, versículo por versículo, de todo o capítulo 14 da Primeira Carta aos Coríntios.
Pretende-se que o livro chegue às mãos de muitas pessoas na Igreja, a fim de que compreendam um pouco mais sobre a leitura da RCC para este capítulo da Carta aos Coríntios, mas, sobretudo, pretende-se que chegue às mãos da liderança da RCC, pois é importante que os líderes saibam responder aos muitos questionamentos que surgem sobre os carismas, e o mais importante, para que saibam o que estão fazendo quando estimulam as manifestações carismáticas nas comunidades e nos eventos da RCC.
É fundamental para os aspectos de identidade, unidade e missão que os carismas tornem-se conhecidos e praticados largamente na RCC. Uma liderança que se aprofunde mais no conhecimento e prática dos dons espirituais é imprescindível para o desenvolvimento sadio de nossas comunidades. Infelizmente, há muitos líderes da RCC que não se entregam plenamente na vivência dos carismas; atuam como coordenadores ou em outras funções de destaque, mas não proferem uma profecia em vernáculo ou em línguas, não interpretam mensagens em línguas, não atuam com palavras de ciência ou sabedoria, enfim, se dizem carismáticos, mas não se lançam na ação carismática do Espírito Santo. A RCC precisa de uma liderança que conheça e manifeste os dons espirituais.
As instruções dos bispos da América Latina e do Caribe em Aparecida, dispostas principalmente nos parágrafos 311 a 313, nos fazem ver que diante da RCC impõem-se um grande desafio: viver intensamente sua própria identidade a fim de contribuir, desde sua própria essência, com o processo de evangelização.
Um líder da RCC que, uma vez interpelado por qualquer pessoa, não consiga responder de forma coerente e bem fundamentada o que são os carismas e como eles se manifestam na RCC é, certamente, alguém que se apresenta deficiente em seu ministério.
“Errais não conhecendo as escrituras e nem o poder de Deus.” (Mt 22, 29)
Renato W. Menghi
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