Hoje, a Igreja Católica celebra a natividade da Beata Elena Guerra, uma figura que se destacou como expoente da vida no Espírito Santo para nossos tempos. Nascida em Lucca, Itália, em 23 de junho de 1835, Elena cresceu em um ambiente familiar profundamente religioso. Sua mãe, Faustina, enfrentava sérios problemas de saúde, o que resultou no nascimento prematuro de Elena. Por isso, Elena foi batizada no mesmo dia de seu nascimento, evento que ela considerava uma de suas maiores alegrias.
A espiritualidade de Elena foi marcada por momentos significativos desde a infância. Aos oito anos, ela recebeu a crisma e a primeira comunhão, sacramentos que aprofundaram sua devoção ao Espírito Santo. Durante um período de oito anos de enfermidade, Elena dedicou-se à meditação da Palavra de Deus e ao estudo dos Padres da Igreja, o que moldou sua orientação espiritual e seu apostolado.
Elena Guerra descrevia-se como alguém cuja aparência exterior não era particularmente agradável, mas acreditava que sua verdadeira beleza residia em seu interior, um “jardim belo e fecundo” que Deus havia plantado. Ela dedicou sua vida a cultivar essa riqueza interior e a compartilhá-la com os outros, canalizando todas as suas forças para que todos pudessem descobrir a presença de Deus dentro de si.
Apostoládo
Em 1886, após sentir o primeiro apelo interior a trabalhar de alguma forma para divulgar a Devoção ao Espírito Santo na Igreja, Elena escreve secretamente, muitas vezes ao Papa Leão XIII, pedindo para que o pontífice convidasse “os cristãos modernos” a redescobrirem a vida segundo o Espírito. O Santo Padre a atende e dirigi à toda igreja documentos que podem ser considerados responsáveis pelo que é chamado de “retorno ao Espírito Santo”, são eles: A breve “Provida Matris Charitate” de 1895; a Encíclica “Divinum Illud Munus” em 1897 e a carta aos bispos “Ad fovendum in christiano populo”, de 1902. É essa dedicação da Beata que contribuiu, posteriormente, com o surgimento da Renovação Carismática Católica, Corrente de Graça para toda a Igreja.
Em outubro de 1897, Elena é recebida em audiência por Leão XIII, que a encoraja a prosseguir o apostolado pela causa do Espírito Santo e autoriza também a sua Congregação a mudar de nome, para melhor qualificar o carisma próprio na Igreja: Oblatas do Espírito Santo. No início, a maioria das irmãs que integravam a congregação ficou contra ela e suas ideias, chegando ao ponto de retirá-la da direção da Obra fundada por ela. A partir daí, Elena Guerra passa a se dedicar ainda mais à causa, aprofundando assim, o verdadeiro sentido do “retorno ao Espírito Santo”.
O legado espiritual da Beata Elena Guerra continua a influenciar os dias atuais, com seu testemunho forte e verdadeiro ecoando através do tempo e do espaço, como um rio caudaloso que supera todos os obstáculos. Elena projetou sua vida em uma amizade profunda com o Espírito Santo, e seu testemunho atraiu e atrai muitos seguidores.
Elevada à honra dos altares em 26 de abril de 1959, Elena Guerra foi definida pelo Papa como a “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”. Agora a Igreja vive a expectativa de sua canonização, já autorizada pelo Papa Francisco, mas que ainda não tem data definida.
A celebração da natividade da Beata Elena Guerra nos convida a refletir sobre sua vida dedicada ao Espírito Santo e a buscar, em nosso cotidiano, a renovação espiritual que ela tão ardentemente promoveu. O carisma profético de Elena é ainda atual, visto que a única necessidade da Igreja e do Mundo é a renovação contínua de um eterno e novo pentecostes.