Gostaria de começar convidando você a ler Mc 9,2-10.

Estamos celebrando a Festa da Transfiguração do Senhor. Esta Festa destaca a majestade e a glória divina de Jesus. A data é celebrada em 6 de agosto e, quando ocorre de cair em um domingo, substitui as leituras daquele dia.

A Transfiguração de Jesus é um dos principais eventos na vida de Jesus. Ele levou consigo três apóstolos — Pedro, Tiago e João — a uma alta montanha para orar. Enquanto oravam, Sua aparência mudou, e Suas roupas se tornaram “resplandecentes e de uma brancura tal” (v. 3). Naquele momento, Moisés e Elias. Uma nuvem cobriu o grupo e a voz de Deus Pai veio da nuvem dizendo: “Este é o meu Filho muito amado; ouvi-o” (v. 7).

Os Evangelhos Sinóticos contam a história da Transfiguração. Com notável concordância, todos os três situam o evento logo após a confissão de fé de Pedro de que Jesus é o Messias e a primeira previsão de Jesus sobre sua paixão e morte. A ânsia de Pedro em erguer tendas ou barracas no local sugere que ocorreu durante a Festa das Barracas judaica de uma semana no outono.

A tradição nomeia o Monte Tabor como o local da revelação. Uma igreja foi erguida ali pela primeira vez no século IV foi e dedicada no dia 6 de agosto. Uma festa em homenagem à Transfiguração foi celebrada na Igreja Oriental também por volta dessa época. Outro fato que cabe destaque é que, em 22 de julho de 1456, os cruzados derrotaram os turcos em Belgrado. A notícia da vitória chegou a Roma em 6 de agosto, e o Papa Calisto III colocou a festa no calendário romano já no ano seguinte.

Para nós, católicos, a Festa da Transfiguração é mais do que um evento histórico; é uma oportunidade rica para reflexão e renovação espiritual. A luz que envolveu Jesus no monte Tabor simboliza a presença transformadora de Deus em nossas vidas. Assim como os discípulos foram tocados por essa luz divina, somos chamados a permitir que a luz de Deus ilumine nossas próprias vidas, trazendo clareza e renovação espiritual.

A Transfiguração não é uma mudança do Filho de Deus, mas é a revelação da sua divindade. O Papa Francisco diz que “Jesus nos mostra a glória da Ressurreição: um vislumbre do céu na terra”. “Através do maravilhoso acontecimento da Transfiguração – acrescenta – os três discípulos são chamados a reconhecer em Jesus o Filho de Deus resplandecente de glória. Avançam assim no conhecimento do seu Mestre, percebendo que o aspecto humano não expressa toda a sua realidade; a dimensão sobrenatural e divina de Jesus é revelada aos seus olhos”.

A transfiguração é também uma prefiguração do que veremos e do que seremos: da carne para a luz. Tudo isso porque somos filhos adotivos do Pai, que nos deu o seu Filho, aquele que ele ama. Ele nos dá para que o escutemos, imitemos sua vida, suas atitudes, sua fé. Ele nos apresenta-o como exemplo de filho amado, querido e escolhido.

Este dia nos convida a um encontro mais profundo com Deus. A Transfiguração nos lembra que, mesmo em meio às sombras e desafios da vida cotidiana, a presença de Deus pode trazer uma luz que nos guia e nos transforma. Contemplar a glória de Cristo nos inspira a buscar uma vida de oração mais fervorosa e a nos abrir com mais profundidade ao amor e à graça divina.

Em Jesus e Maria,

Francisco Elvis Rodrigues Oliveira

Grupo de Oração Poço de Jacó – Fortaleza/CE

Autor dos livros “O líder carismático”

e “O Espírito Santo e o Concílio Vaticano II”