O diálogo entre os cônjuges é a fonte para que o amor se alimente, cresça e frutifique em obras na vida do casal. O centro do diálogo é a busca da verdade, e essa verdade é Jesus Cristo.

A última carta do Santo Padre, o Papa emérito Bento XVI, Caritas in Veritate, de 29 de junho de 2009, apresenta uma proposta de vida na qual as pessoas devem viver a verdade que é expressa e encontrada na caridade. O Papa usa a expressão “ágape” para falar de caridade e “logos” para referir-se à verdade, afirmando que da verdade (logos) surge a palavra “dia-logos” – diálogo, comunicação, comunhão, ou seja, a comunhão é o fruto do diálogo.

Sem o diálogo, todos perecem. A partir do diálogo, cresce a amizade – uma amizade verdadeira, na qual os cônjuges passam a conhecer melhor um ao outro, seus gostos, temperamentos, sonhos e projetos, fortalecendo assim o vínculo matrimonial.

Na passagem de Colossenses 3,12, o apóstolo Paulo nos exorta a sermos misericordiosos, humildes e a termos paciência, e o lugar mais propício para viver o que é proposto pela palavra é em nossa família.

Nos tempos atuais, em que vivemos a correria do dia a dia, do trabalho, dos estudos, das informações que chegam muito rapidamente devido à realidade cada vez mais tecnológica, nota-se uma perda significativa dos valores, das virtudes e, principalmente, do diálogo entre o casal e com os filhos, em razão do contato exagerado com as redes sociais e do uso diário do celular.

Perguntaram um dia a Santa Madre Teresa de Calcutá o que se poderia fazer para mudar o mundo, e a resposta dela foi simples e direta: “Vá para sua casa e ame a sua família…” Para amar, é preciso conhecer; e, para conhecer, é necessário conviver, passar tempo com o outro, falar e, muitas vezes, calar para ouvir.

O Papa Francisco nos fala sobre a amizade e nos faz refletir sobre a importância desse sentimento em nossas famílias: “A amizade é uma escola de diálogo e comunhão.” Como ele ressalta isso com profundidade, vemos que, na nossa família, precisamos viver isso de forma contínua, buscando no nosso relacionamento familiar ter tempo de qualidade com o outro, para que, assim, o diálogo aconteça naturalmente.

Tendo a certeza de que, se buscarmos as coisas do alto e a força do Espírito Santo todos os dias, certamente esse mesmo Espírito nos ensinará como dialogar, amar e acolher a todos, principalmente os de casa.

 

Gilberto Ribeiro e Rita de Cássia
Coordenadores Diocesanos do Ministério para as Famílias – DF
Grupo de Oração Grão de Mostarda