Neste dia 4 de outubro, a Igreja celebra a festa de São Francisco de Assis, padroeiro dos animais, fundador da Ordem Franciscana e padroeiro da Itália.

Francisco de Assis, nascido em Assis, Itália, em 1182, era filho de Pedro Bernardone, um comerciante da alta classe, e de Pia. Por causa de sua origem nobre, Francisco cresceu rodeado de riquezas e esbanjava sua fortuna, mas nada o atraía verdadeiramente, nem os negócios de seu pai, nem os estudos.

Em 1201, estourou uma guerra entre as cidades italianas de Perugia e Assi e Francisco, com cerca de 20 anos, manifestou desejo de lutar em Espoleto, uma cidade localizada entre Assis e Roma, mas foi acometido por uma grave doença. Foi então que, durante sua recuperação, ouviu uma voz sobrenatural que marcaria o início de sua transformação espiritual.

Essa voz o chamava a servir ao amor e ao próximo e aos poucos, por meio de muita oração, Francisco sentiu em seu coração a necessidade de renunciar a seus bens e “comprar a pérola preciosa”, referindo-se à busca de um tesouro espiritual maior do que qualquer riqueza material.

Com a renúncia definitiva aos bens paternos, Francisco iniciou sua vida religiosa. Ele rezava sozinho na Igreja de São Damião, em Assis, quando sentiu que o crucifixo falava com ele, repetindo por três vezes a frase que se tornaria famosa: “Francisco, repara a minha casa, pois vês que está em ruínas”. Assim, aos 25 anos, vendeu tudo o que possuía e levou o dinheiro ao padre da Igreja de São Damião, pedindo permissão para viver ali.

Deus concedeu a Francisco o dom da profecia e dos milagres. Ao pedir esmolas para restaurar a Igreja de São Damião, ele profetizou que um convento de religiosas glorificaria o Senhor naquele lugar, o que se cumpriu cinco anos depois com a fundação das Clarissas, por Santa Clara. Francisco também curou um homem com câncer no rosto. São Boaventura, ao comentar sobre o milagre, disse: “Não devemos admirar mais o beijo do que o milagre?”.

Com o passar do tempo, Francisco formou um grupo de doze discípulos, que se tornaram os Frades Menores e em 1210, Francisco redigiu uma regra simples, baseada nos ensinamentos de Jesus, e a apresentou ao Papa. Embora o Vaticano tenha hesitado em aprovar a nova ordem religiosa devido à sua ênfase na pobreza, ela acabou sendo aceita. Francisco e seus seguidores viveram em oração e fraternidade, dedicando-se à missão de pregar a penitência.

A proximidade de Francisco com a natureza e seu amor universalista são características marcantes de sua vida. Em 1224, ele recebeu os estigmas da Paixão durante uma experiência mística no Monte Alverne. Doente, acolheu a morte com serenidade, pedindo para ser levado à Porciúncula, onde faleceu em 3 de outubro de 1226. Sua canonização ocorreu apenas dois anos depois, em 1228, pelo Papa Gregório IX, e sua festa é celebrada em 4 de outubro.

Oração

“Senhor, fazei de mim um instrumento de vossa Paz.

Onde houver Ódio, que eu leve o Amor.

Onde houver Ofensa, que eu leve o Perdão.

Onde houver Discórdia, que eu leve a União.

Onde houver Dúvida, que eu leve a Fé.

Onde houver Erro, que eu leve a Verdade.

Onde houver Desespero, que eu leve a Esperança.

Onde houver Tristeza, que eu leve a Alegria.

Onde houver Trevas, que eu leve a Luz!

Ó Mestre, fazei que eu procure mais: consolar, que ser consolado; compreender, que ser compreendido; amar, que ser amado.

Pois é dando, que se recebe. Perdoando, que se é perdoado e é morrendo, que se vive para a vida eterna!

Amém.”