
O mês de abril é especialmente significativo para os devotos de Santa Elena Guerra, isso porque três datas neste mês marcam a sua história e espiritualidade: o dia 11 de abril, data de sua morte; o dia 26 de abril, quando foi beatificada por São João XXIII; e agora, o dia 13 de abril de 2024, quando o Papa Francisco autorizou a promulgação do decreto que reconhece o milagre atribuído à sua intercessão, abrindo oficialmente o caminho para sua canonização.
Atualmente reconhecida como a “Apóstola do Espírito Santo dos tempos modernos”, Elena Guerra nasceu em 23 de junho de 1835, em Lucca, na Itália, e dedicou toda a sua vida à educação, à vida espiritual e ao aprofundamento da devoção ao Espírito Santo. Faleceu em 11 de abril de 1914, em um Sábado Santo, com 78 anos de idade. Morreu com o desejo profundo de ver os “cristãos modernos” despertarem para a presença e ação do Espírito Santo em suas vidas.
No dia 26 de abril de 1959, quase 45 anos após seu falecimento, Elena foi beatificada pelo Papa João XXIII, que a proclamou solenemente como a “Apóstola do Espírito Santo”, título que sintetiza a missão e o legado de sua vida. Sua beatificação foi um marco para toda a Igreja Católica, que começava a se abrir mais profundamente à ação do Espírito. O que se fortaleceria alguns anos depois com o Concílio Vaticano II.
Já no ano de 2024, precisamente no dia 13 de abril, a trajetória de Elena Guerra deu mais um passo rumo à plenitude da veneração pública e universal: o Papa Francisco autorizou a promulgação de três decretos da Congregação para a Causa dos Santos, entre eles o que reconheceu o milagre atribuído à intercessão de Elena Guerra. A aprovação deste milagre cumpriu o requisito final para que ela fosse então oficialmente canonizada e reconhecida como santa da Igreja Católica.
Elena Guerra teve uma vida marcada por profundo zelo espiritual. Desde jovem mostrou talento para as artes, para os idiomas e para a vida intelectual. Aos 19 anos, aprendeu enfermagem e serviu aos doentes de cólera, contraindo posteriormente uma doença que a manteve acamada por oito anos. Nesse período, mergulhou no estudo da Sagrada Escritura e da Patrística, fortalecendo e edificando ainda mais a sua vocação.
Em 1882, fundou a Congregação das Irmãs de Santa Zita, voltada à formação cultural e religiosa das jovens. Foi durante este período que teve como aluna Santa Gemma Galgani, outro grande nome da espiritualidade italiana. A partir de 1886, Elena passou a dedicar-se inteiramente à causa do Espírito Santo, escrevendo ao Papa Leão XIII para incentivá-lo a promover uma nova devoção à Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Seu esforço não foi em vão: o pontífice acolheu suas inspirações e publicou documentos históricos como a encíclica Divinum Illud Munus, de 1897.
Mesmo enfrentando oposição dentro de sua própria congregação Elena nunca desistiu da missão que sentia ter recebido de Deus. Ao contrário, intensificou ainda mais sua entrega, oração e apostolado.
No mês de abril, ao recordarmos sua Páscoa eterna, sua beatificação e a notícia de sua canonização iminente, a Igreja celebra não apenas uma mulher extraordinária, mas também a ação contínua do Espírito Santo que renova a face da terra, assim como ela tanto desejava e anunciava.
Santa Elena Guerra, rogai por nós!