Quando o pontificado termina, seja por falecimento ou por renúncia do Papa, a Igreja Católica entra num período chamado Sede Vacante. Neste momento, Roma e o mundo respiram de outro modo. Os sinos da Basílica de São Pedro denotam o luto, paróquias espalhadas por todos os continentes do mundo ficam movimentadas pelos fiéis que suplicam para que o “servo dos servos de Deus” que se vai naquele momento alcance o descanso merecido.

Por outro lado, a vida do Vaticano se transforma e começa a preparação para um dos processos eleitorais mais antigos ainda em vigor: o Conclave. Em clima de retiro, o Colégio dos Cardeais vai discernir quem, de acordo com o Espírito Santo, será o Sucessor de Pedro e Pastor da Igreja Católica.

Um tempo de velar e esperar

Assim que o camerlengo, na atualidade o Cardeal Kevin Farrell, declara em latim “Vere Papa mortuus est” (de verdade o papa morreu) desencadeia-se o período denominado Sede Vacante, ou Sé Vacante, que significa “trono vazio”. Em seguida um momento emblemático acontece: O Anel do Pescador, usado para selar documentos papais, é destruído representando que a autoridade do Papa cessou e ninguém pode falar em seu nome. A partir daí, começam os tradicionais Novemdiales – nove dias de luto e orações que ocorre após a morte do Sumo Pontífice

Nessa etapa, toda a Cúria Romana entra em estado de transição quando os Chefes de Dicastérios entregam seus cargos, exceto cargos essenciais, como o camerlengo ou o Penitenciário-Mor, que garantem algumas atividades fundamentais no Vaticano no período. O governo provisório fica nas mãos do Colégio Cardinalício, mas com uma limitação clara: preparar o Conclave e tratar apenas do estritamente urgente. 

Convocação dos cardeais à Roma

Com a constatação da morte do Papa é formado o Colégio Cardinalício, quando os cardeais de todo o mundo são convocados para o Conclave que se aproxima e para as Congregações Gerais e Particulares que antecedem a eleição. Na Congregação Particular os purpurados tratam dos assuntos ordinários do dia a dia, enquanto os assuntos mais sérios devem ser encaminhados à Congregação Geral, como por exemplo montar a Capela Sistina para os procedimentos eleitorais, entregar aos cardeais duas reflexões sobre os desafios atuais da Igreja e marcar a data e hora para o início do processo de votação.

Importante ressaltar que todos os cardeais participam das Congregações, mas apenas aqueles com menos de 80 anos tem o direito de votar e eleger o novo Papa.