Estamos celebrando a solenidade de São José. A fim de iluminar nossa meditação, gostaria de trazer uma bela frase de Santa Teresa de Jesus sobre São José que diz o seguinte: “Se uma pessoa não consegue encontrar ninguém que lhe ensine a orar, deixe-a tomar este glorioso santo como seu guia, e ela não se perderá”.

Ao longo da história da Igreja, encontramos celebrações realizadas já pelo século IX, ainda que forma mais local. A menção mais antiga de culto a São José que se tem registro, remonta, por volta do ano 800, no norte da França, ao que o dia 19 de março se recordava Ioseph sponsus Mariae. O culto passa a ganhar universalidade por volta do século XV, ao ser inscrita no calendário litúrgico. Posteriormente, foi declarado pelo Papa Pio IX como padroeiro da Igreja Universal.

Embora raramente seja mencionado na Bíblia, a Igreja tem visto São José como um modelo e guia durante séculos. Por exemplo, o Papa Francisco declarou um ano dedicado a São José para marcar o 150º aniversário de sua declaração como padroeiro da Igreja universal. Terminou em dezembro de 2021. Na ocasião, o Santo Padre nos legou uma belíssima Carta Apostólica chamada Patris Corde dizendo que “Com coração de pai: assim José amou Jesus”.

Também São João Paulo II destacou a pessoa de São José para explicar a compreensão católica da paternidade em sua exortação apostólica de 1989, Redemptoris Custos (Guardião do Redentor: Sobre a Pessoa e Missão de São José na Vida de Cristo e da Igreja).

Ouvimos, recorrente, a bela e profunda expressão silêncio de Maria. Mas também podemos falar do silêncio de José.

Sobre este aspecto vale resgatar a meditação feita Pelo Papa Bento XVI, durante o Angelus, no ano de 2005: “O silêncio de São José recebe uma ênfase especial. O seu silêncio está impregnado de contemplação do mistério de Deus numa atitude de total disponibilidade aos desejos divinos. É um silêncio graças ao qual José, em uníssono com Maria, zela pela Palavra de Deus, conhecida através das Sagradas Escrituras, comparando-a continuamente com os acontecimentos da vida de Jesus; um silêncio tecido de oração constante, oração de bênção do Senhor, de adoração à sua santa vontade e de entrega sem reservas à sua providência”.

De São José, considerado pai de Jesus, podemos aprender a iluminar nossa vida com seu modelo de humildade, justiça e obediência a Deus. De sua figura masculina, paternal e esponsal, São José nos recorda a virtude do ser homem, (sobretudo, nestes tempos em que o mundo secularizado questiona e deturpa a figura do homem, do protetor, provedor, da fortaleza, segurança e da masculinidade em si). Finalizo, destacando algumas virtudes que todos podemos aprender de São José, para que possamos crescer como cristãos.

1) A influência do pai sobre seu filho

– São José nos recorda o verdadeiro sentido da paternidade e sua presença insubstituível na educação dos filhos. Ao mesmo tempo, o pai amoroso, protetor, de quem os filhos podem aprender a crescer em segurança e nos momentos difíceis.

2) A alegria de ser bom esposo

– Em sua fidelidade, São José é modelo contundente e firme de homem de Deus, marido fiel, amoroso, justo e temente a Deus. Sua virtude da fortaleza é sinal daquilo que Deus pode fazer na vida de quem a Ele se entrega.

3) Serviço e dedicação à família

– De São José, extraiamos o exemplo da força sem o abuso de autoridade; a segurança, sem a soberba ou arrogância; o exemplo de pai que traz a grave responsabilidade se eu papel com sua família e aí encontra sua felicidade.

4) O valor do trabalho

– São José carpinteiro, operário que, com seu trabalho sustentou sua família. Quando o desânimo, preguiça e dificuldades aparecerem, temos em São José o exemplo e intercessão de firmeza, tenacidade do trabalho em prol daqueles que amamos e dependem de nós.

5) Exemplo de obediência

– Que São José rogue por nós e, a seu exemplo, possamos fazer aquilo que Deus nos pede.

 

Ó glorioso São José, rogai por nós!

  

 Francisco Elvis Rodrigues Oliveira

Grupo de Oração Poço de Jacó

Arquidiocese Fortaleza/CE