O mês de agosto é, para a Igreja Católica, momento para celebrar e refletir sobre as diversas vocações presentes em seu seio. Entre elas, a vida religiosa assume um papel fundamental, marcada pelo comprometimento, renúncia e entrega total a Deus. Neste contexto, a atuação do Espírito Santo se revela como um fio condutor que impulsiona e guia as religiosas em sua jornada de serviço e dedicação.

A jornada de discernimento

São muitos os exemplos de religiosas que experimentaram um caminho de discernimento vocacional conduzido pela ação do Espírito Santo. É o caso das religiosas Irmã Helena Scarabelo, superiora-geral do Ramo Feminino da Comunidade Dominus Salus, e Irmã Sofia de Jesus e Maria, religiosa da Comunidade Mariana Boa Semente.

O processo de discernimento, permeado pela ação do Espírito, levou Irmã Helena a abraçar a vida religiosa, onde, segundo ela, encontra forças para renovar diariamente seu compromisso com Jesus e a Santa Igreja.

Ela lembra que sua jornada de discernimento começou ainda muito jovem, aos 21 anos. Na época, começou a participar de grupos de jovens, retiros, catequeses, até que conheceu o Movimento da RCC e ingressou em um Grupo de Oração.

“Foram muitos retiros, Experiências de Oração, Seminários de Vida no Espírito… e eis que cheguei num momento em que aquele Grupo de Oração que até ali me havia sustentado, parecia pequeno para mim. Já não saía com a sensação de estar “satisfeita”, mas de ainda precisar de alimento. Assim, passei a perguntar ao Senhor o que me faltava. E como a sede de Deus por nós é infinitamente maior que a nossa sede por Ele, bastou que eu perguntasse para que a resposta viesse: o Senhor havia me separado para Si, e me queria junto Dele, vivendo como Sua esposa!”.

O chamado à radicalidade

A jornada vocacional, muitas vezes, desafia as expectativas e os planos pessoais. Irmã Sofia descreve a vocação como um “chamado sobrenatural que vai além de nossa humanidade ferida pelo pecado. Por isso, para corresponder com tamanho chamado, precisamos da ação do Espírito Santo, pois Ele ‘vem em auxílio à nossa fraqueza’ (Rm 8, 26)”, completa a religiosa.

Esse chamado, à primeira vista, pode parecer um tanto quanto radical, mas à medida em que a ação do Espírito Santo ganha espaço, se torna natural permitindo que as religiosas transcendam suas limitações humanas para se tornarem instrumentos do amor divino.

“Naturalmente, após a descoberta, um turbilhão de sentimentos tomou conta de mim. Por fim, Deus venceu e, enfrentando algumas dificuldades que surgiram, dei meu sim ao Senhor ingressando na comunidade religiosa onde me encontro até hoje”, relata irmã Helena.

A unção do Espírito no Ministério

A presença do Espírito Santo também é profundamente sentida Ministério para Religiosas e Consagradas Celibatárias. Irmã Helena ressalta que a vida religiosa deve ser vivida sob o impulso do Espírito para não perder sua vitalidade espiritual. Esse conselho é apoiado pela experiência da Irmã Sofia que encontra em sua vida diária um “perene Pentecostes”, sendo guiada e capacitada pelo Espírito Santo em seu serviço e ministério.

As histórias de Irmã Helena e Irmã Sofia evidenciam que o Espírito Santo não apenas inicia o processo vocacional, mas também o sustenta e renova ao longo do tempo. O compromisso religioso é um caminho contínuo de transformação, e o Espírito Santo desempenha um papel central nesse processo, capacitando as religiosas a superar desafios, crescer em santidade e compartilhar o amor de Deus com o mundo.