Foi apresentado no Vaticano, nessa sexta-feira (08), a Exortação Apostólica Amoris Laetitia – A alegria do amor, fruto dos dois Sínodos sobre a família convocados pelo Papa Francisco e realizados nos anos de 2014 e 2015. 

A Exortação traz pontos da realidade familiar, os desafios e particularidades de cada família da atualidade, além de tocar em temas muito discutidos como sexualidade, gestação, adoção, divórcio, separação, nulidade matrimonial, tendência homossexual, educação dos filhos, entre outros.

Destinada ao clero, consagrados, esposos cristãos e a todos os fiéis leigos,  a Exortação é um instrumento para aprofundar na questão pastoral que trata sobre a temática familiar, principalmente, diante das situações e acontecimentos atuais.

No início do escrito, o Papa Francisco destacou que as contribuições das discussões desses últimos anos foram importantes para a formação dessa Exortação para a Igreja: “O conjunto das intervenções dos Padres, que ouvi com atenção constante, pareceu-me um precioso poliedro, formado por muitas preocupações legítimas e questões honestas e sinceras. Por isso, considerei oportuno redigir uma Exortação Apostólica pós-sinodal que recolha contribuições dos dois Sínodos recentes sobre a família, acrescentando outras considerações que possam orientar a reflexão, o diálogo ou a práxis pastoral, e simultaneamente ofereçam coragem, estímulo e ajuda às famílias na sua doação e nas suas dificuldades”.

Leia Exortação Apostólica Amoris Laetitia, na íntegra, em português, clicando aqui.

 

Resumo

O site da Rádio Vaticano, disponibilizou um pequeno resumo da carta, que segue abaixo:

 “À luz da Palavra”

No primeiro capítulo, o Papa indica a Palavra de Deus como uma “companheira de viagem para as famílias que estão em crise ou imersas em alguma tribulação, mostrando-lhes a meta do caminho”.  

 “A realidade e os desafios das famílias”

Partindo do terreno bíblico, no segundo capítulo, o Papa insiste no caráter concreto, que estabelece uma diferença substancial entre teorias de interpretação da realidade e ideologias. “Sem escutar a realidade não é possível compreender nem as exigências do presente nem os apelos do Espírito”, aponta. “Jesus propunha um ideal exigente, mas não perdia jamais a proximidade compassiva às pessoas frágeis”.  

“O olhar fixo em Jesus: a vocação da família”

O terceiro capítulo é dedicado a alguns elementos essenciais do ensinamento da Igreja sobre o matrimônio e a família. Ilustra a vocação à família assim como ela foi recebida pela Igreja ao longo do tempo, sobretudo quanto ao tema da indissolubilidade, da sacramentalidade do matrimônio, da transmissão da vida e da educação dos filhos. A reflexão inclui ainda as famílias feridas e o Papa recorda aos pastores que, “por amor à verdade, estão obrigados a discernir bem as situações”, já que o grau de responsabilidade não é igual em todos os casos: “ É preciso estar atentos ao modo como as pessoas vivem e sofrem por causa da sua condição”.  

 “O amor no matrimônio”

O quarto capítulo trata do amor no matrimônio. O Papa faz uma reflexão acerca da «transformação do amor» ao longo do casamento. A aparência física transforma-se e a atração amorosa não desaparece, mas muda. «Não é possível prometer que teremos os mesmos sentimentos durante a vida inteira; mas podemos ter um projeto comum estável.

“O amor que se torna fecundo”

O quinto capítulo centra-se por completo na fecundidade e no caráter gerador do amor. Fala-se de gestação e adoção. A Amoris laetitia não toma em consideração a família «mononuclear», mas está consciente da família como rede de relações alargadas.

 “Algumas perspectivas pastorais”

No sexto capítulo, o Papa aborda algumas vias pastorais que orientam para a edificação de famílias sólidas. Fala-se também do acompanhamento das pessoas separadas ou divorciadas e sublinha-se a importância da recente reforma dos procedimentos para o reconhecimento dos casos de nulidade matrimonial. Coloca-se em relevo o sofrimento dos filhos nas situações de conflito e conclui-se: “O divórcio é um mal”. Fala-se da situação das famílias com pessoas com tendência homossexual, insistindo na recusa de qualquer discriminação.

“Reforçar a educação dos filhos”

O sétimo capítulo é totalmente dedicado à educação dos filhos, em todos os âmbitos, inclusive sexual. É feita uma advertência em relação à expressão «sexo seguro», pois transmite «uma atitude negativa a respeito da finalidade procriadora natural da sexualidade.

 “Acompanhar, discernir e integrar a fragilidade”

O capítulo oitavo é muito delicado, representa um convite à misericórdia e ao discernimento pastoral. O Papa usa aqui três verbos muito importantes: «acompanhar, discernir e integrar». O Papa escreve: «Os divorciados que vivem numa nova união, por exemplo, podem encontrar-se em situações muito diferentes, que não devem ser catalogadas ou encerradas em afirmações demasiado rígidas, sem deixar espaço para um adequado discernimento pessoal e pastoral».

O Papa afirma que «os batizados que se divorciaram e voltaram a casar civilmente devem ser mais integrados na comunidade cristã sob as diferentes formas possíveis, evitando toda a ocasião de escândalo». «A sua participação pode exprimir-se em diferentes serviços eclesiais.

Francisco profere uma afirmação extremamente importante para que se compreenda a orientação e o sentido da Exortação: «Se se tiver em conta a variedade inumerável de situações concretas (…) é compreensível que se não devia esperar do Sínodo ou desta Exortação uma nova normativa geral de tipo canônico, aplicável a todos os casos. É possível apenas um novo encorajamento a um responsável discernimento pessoal e pastoral dos casos particulares.

 “Espiritualidade conjugal e familiar”

O nono capítulo é dedicado à espiritualidade conjugal e familiar. O Papa afirma: “Nenhuma família é uma realidade perfeita, mas requer um progressivo amadurecimento da sua capacidade de amar”. 

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Fonte: Radio Vaticano