Neste Domingo da Misericórdia, somos convidados pelo Senhor a resgatar e fortalecer a confiança na misericórdia que Ele derrama e continuará a derramar ainda mais sobre nós.

Assim como nossa fé só tem sentido no Cristo morto e ressuscitado, cremos que o Deus Homem, aquele que se assemelhou ao homem em tudo – menos no pecado – é quem mais pode agir com misericórdia, pois conhece bem as dores e as limitações do homem. Por isso, mais que um pedido de desculpas que é ouvido, a Misericórdia de Deus provoca uma renovação na esperança em nossa salvação e do mundo inteiro.

É no Cristo Misericordioso que deve estar a nossa confiança. Não nas coisas que conquistamos, nas consolações terrenas, nem mesmo no amor de pessoas queridas ou em nossas capacidades e habilidades pessoais. Aí está a primeira realidade a ser resgatada: confie em Deus acima de todas as seguranças temporais e do próprio homem. 

Essa confiança é provada muitas vezes em situações de desesperança. Se não há mais saída, ou fatigado já estou, de onde tirarei forças? Muitos filhos de Deus se encontram imersos em lutas que aparentam não ter mais jeito, ou em danos irreparáveis e que geraram escândalos causados pelo pecado. O Senhor deseja derramar novamente sua misericórdia sobre esses filhos. Frente à tentação de se render ao desespero, clame a misericórdia que devolve a esperança.

“Ainda que a alma esteja em decomposição como um cadáver e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração, e tudo já esteja perdido, Deus não vê as coisas dessa maneira. O milagre da misericórdia de Deus fará ressurgir aquela alma para uma vida plena.” (Diário de Santa Faustina, 1448)

Quantos relacionamentos entre os filhos de Deus são feridos e marcados pela decepção que deu lugar ao distanciamento e ao desamor! Seja em família ou até em entre irmãos de Grupo de Oração, paróquias, a Misericórdia também é sobre nós e nossos irmãos que, muitas vezes, não perdoamos ou queremos prevalecer em nossa opinião. Quanta paciência Deus tem para nos ver santos! e nos convida a sermos uns com os outros pacientes e misericordiosos como nosso Pai é Misericordioso.

A seus filhos sem esperança em sua própria conversão, o Senhor também derrama sua misericórdia, os chamando a não olharem tanto para si mesmos, mas para Seu lado aberto, para lembrar que o que há de mais puro e santo brota de um coração que se rasga de amor pelos outros, que se doa. Ao pecar, olhe para Cristo chagado, e ao se revestir da misericórdia através do verdadeiro arrependimento, afaste-se da culpa que o inimigo tenta colocar em nós, para nos enganar sobre a misericórdia infinita de Deus, e recorra à confissão, para prosseguir em sua caminhada de conversão.

É desejo de Cristo a salvação das almas! Seja o nosso também recebermos sua Misericórdia. Ele mesmo pediu a Santa Faustina que registrasse: “escreve que desejo derramar a Minha Vida Divina nas almas dos homens e santificá-los, desde que queiram aceitar a Minha graça”. E sua graça está longe de ser um favor para nós, mas seu verdadeiro prazer: “O Meu prazer é agir na alma humana, enchê-la da Minha misericórdia e justificá-la” (Diário de Santa Faustina, 1784).

É Festa da Misericórdia! Louvado seja Deus! Hoje é tempo da Misericórdia e não podemos abrir mão dela.

Laís do Valle Corrêa
Grupo de Oração Maranatha – Arquidiocese de Belém (PA)
Coordenadora Estadual do Ministério de Comunicação Social – Pará (PA)