No último dia 14 de fevereiro, Quarta-Feira de Cinzas, iniciamos o tempo litúrgico da Quaresma, tempo forte de prática penitencial, particularmente apropriado para os exercícios espirituais, as liturgias penitenciais, as peregrinações em sinal de penitência, as privações voluntárias como o jejum e a esmola, a partilha fraterna (obras caritativas e missionárias) (cf. CIgC 1438).

Porém, sabemos que nossos grupos de oração têm uma missão muito importante: Fazer com que cada participante tenha um “encontro” com Jesus, Senhor e Salvador, através da experiência do batismo no Espírito Santo. Ou seja, fazer com que “Pentecostes” se torne real e atual na vida de cada um. Com isso, conhecemos que a experiência que os apóstolos viveram no cenáculo naquele dia gerou um certo “barulho”, uma vez que “ouvindo aquele ruído” (At 2, 6) muitos que se encontravam por ali começaram a se reunir para ver o que estava acontecendo.

Desta forma, questiona-se muito sobre “o que pode ou não ser feito” em nossos grupos de oração no período quaresmal?

Importante esclarecer que os nossos grupos de oração não seguem um “Rito Litúrgico”, mas apenas apresentam alguns elementos comuns que devem acontecer, pilares da Identidade do nosso Movimento Eclesial. Portanto, as regras litúrgicas não se aplicam às nossas reuniões, não sendo necessário omitir-se os louvores, cânticos e danças de nossas reuniões. O mesmo se aplica para o uso de instrumentos, cantos que glorificam a Deus, etc.

Todavia, devemos salientar que, em alguns casos, o bispo diocesano e o pároco elaboram “orientações” locais para bem viver o tempo quaresmal e, entre estas orientações, podem solicitar que não se utilizem instrumentos, coreografias e outros, principalmente dentro das igrejas, para bem se expressar o tempo vivido. São exceções, uma vez que seriam orientações locais e, com todo zelo e unidade, devem ser acatadas.

Porém, como um Movimento “na Igreja, com a Igreja, para a Igreja e nunca contra a Igreja”, o que vivemos no tempo litúrgico precisa se refletir, salvo as devidas proporções, em nossa vida cotidiana. Por isso, não por alguma imposição, mas naturalmente impulsionados pelo Espírito Santo, é natural que nossos grupos vivam algumas características de reflexão e penitência, que direcionem também nossas reuniões através de temas e inspirações para serem vividas em nossos grupos. Porém, sem deixarmos de viver a Identidade de nosso Movimento Eclesial, afinal foi assim que Deus nos “desejou”! (cf. Papa Francisco, discurso 37ª Convocação da Renovação na Itália).

 

Klaus Newman da Luz

Grupo de Oração Ágape

Anápolis-GO