Dirigindo-se aos fiéis e peregrinos vindos de todo o mundo, que o acolheram com um longo e caloroso aplauso, o Pontífice argentino disse-lhes:
“Queridos irmãos e irmãs, bom dia!
Neste primeiro domingo depois do Natal, enquanto ainda estamos imersos no clima de alegria da festa, a Igreja nos convida a contemplar a Sagrada Família de Nazaré. O Evangelho de hoje nos apresenta Nossa Senhora e São José no momento em que, 40 dias depois do nascimento de Jesus, foram ao templo de Jerusalém. Fazem isso por obediência religiosa à Lei de Moisés, que prescreve oferecer ao Senhor o primogênito (cfr. Lc 2, 22-24).
Podemos imaginar esta pequena família, em meio a tantas pessoas, nos grandes átrios do templo. Não chamam a atenção, mas não passam despercebidos! Dois anciãos, Simeão e Ana, movidos pelo Espírito Santo, se aproximam e começam a louvar a Deus por esse Menino, no qual reconhecem o Messias, luz das nações e salvação de Israel (cf. Lc 2, 22-38 ). É um momento simples, mas rico de profecia: o encontro entre dois jovens esposos cheios de alegria e de fé pelas graças do Senhor; e dois anciãos, também eles cheios de alegria e de fé pela ação do Espírito. Quem os reúne? Jesus. Jesus os reúne: os jovens e os anciãos. Jesus é Aquele que aproxima as gerações. É a fonte daquele amor que une as famílias e as pessoas, vencendo toda desconfiança, todo isolamento, toda distância. Isto nos faz pensar também nos avós: quão importante é a sua presença, a presença dos avós! Quão precioso é o seu papel nas famílias e na sociedade! A boa relação entre os jovens e os anciãos é fundamental para o caminho da comunidade civil e eclesial. E olhando para estes dois anciãos, estes dois avós – Simeão e Ana – cumprimentamos com um aplauso todos os avós do mundo.
A mensagem que vem da Sagrada Família é primariamente uma mensagem de fé. Na vida familiar de Maria e José, Deus é verdadeiramente o centro, e o é na pessoa de Jesus. Portanto, a Sagrada Família de Nazaré é santa. Por quê? Porque está centrada em Jesus.
Quando pais e filhos respiram juntos essa atmosfera de fé, possuem uma energia que lhes permite enfrentar também provas difíceis, como mostra a experiência da Sagrada Família, por exemplo, no acontecimento da dramática fuga para o Egito. Uma fura prova…
O Menino Jesus com sua mãe Maria e com São José são um ícone familiar simples, mas muito luminoso. A luz que ela ilumina é uma luz de misericórdia e de salvação para o mundo todo, luz de verdade para todo homem, para a família humana e para cada família. Esta luz que vem da Sagrada Família nos encoraja a oferecer calor humano naquelas situações familiares nas quais, por vários motivos, falta a paz, falta a harmonia, falta o perdão. Que a nossa solidariedade concreta não diminua, particularmente com a família que estiver passando por situações muito difíceis por causa das doenças, da falta de trabalho, das discriminações, da necessidade de emigrar…
Que a nossa solidariedade concreta não falhe, especialmente para as famílias que estão passando pelas situações mais difíceis, pelas doenças, pela falta de emprego, pela discriminação, pela necessidade de emigrar… E aqui fazemos uma pausa e em silêncio rezemos por todas estas famílias em dificuldade, que tenham problemas com doenças, falta de emprego, discriminação, necessidade de emigrar, tenham dificuldades de entendimento e até mesmo de desunião. Em silêncio oramos por todas estas famílias…. (Ave Maria).
Confiamos a Maria, Rainha e Mãe da família, todas as famílias do mundo, para que possam viver na fé, na harmonia, no apoio mútuo, e por isso invoco sobre elas a proteção maternal daquela que foi mãe e filha do seu Filho”.
Após estas palavras, o Santo Padre rezou o Angelus: Angelus Domini nuntiavit Mariae…
Fonte: Zenit