Santa Teresinha do Menino Jesus era de família simples, seu pai, Luiz Martin, quando solteiro tentou entrar para a vida monástica, no Mosteiro de São Bernardo, porém não foi admitido por falta de conhecimento de latim, tornando-se mais tarde relojoeiro. Sua mãe, Zélia, era prendada bordadeira, que quando jovem, tentara ingressar na Congregação das Irmãs Vicentinas e não fora aceita, sem nenhuma explicação.

Francesa, freira de clausura, Teresa vivia a oração e o serviço diário de lavar, limpar, cozinhar, cuidar, dentro das paredes do convento em Lisieux. Nunca saiu do convento, de vida interior e contemplativa, a jovem Teresinha morreu aos 24 anos de idade, doente, em sua cela e dizia àqueles que a rodeavam: “Não morro, entro no paraíso!”

Como pode alguém que nunca saiu de casa, ser a padroeira das missões? Veja o que  diz o papa João Paulo II: “A eficácia do trabalho apostólico do fiel leigo está intimamente associada à sua base espiritual, à sua vida de oração pessoal e comunitária, à frequência na recepção dos sacramentos, sobretudo a Eucaristia e a Penitência e à sua reta formação doutrinária”. O missionário que não reza, não se confessa, não comunga, não conhece e não medita a Palavra de Deus, não tem intimidade com o Senhor da Obra, não consegue dar vida à missão dada por Jesus a todos os Seus discípulos: “ Ide por  todo mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Mc15,16).

A vida espiritual é o sustento da vida missionária. Neste, tempo, o papa Francisco vem atualizar e reforçar a ordem de Jesus: “ Acredito que este é o tempo da Misericórdia, a Igreja mostra seu rosto materno à humanidade ferida, não espera que os feridos batam à sua porta, vai a procura deles pela rua, acolhe, abraça, cuida e faz com que se sintam amados”. Missão significa tarefa que se deve cumprir a mando de alguém, porém para os batizados, envolve sair de sí e ir em direção ao outro, pelo outro, por amor a Deus e ao próximo. Não é fazer por fazer, não é ativismo, é querer que o irmão conheça o Amor de Deus e a Salvação em Jesus Cristo, em todas as áreas de sua vida biopsicosocialespiritual.

No dia que celebramos a padroeira das missões (01/10), iniciamos o mês missionário na Igreja. Nesse mês, a Igreja faz um forte apelo para que os cristãos se direcionem aos mais necessitados, como os pobres, enfermos, órfãos, idosos, enfim, todas as pessoas que vivem alguma vulnerabilidade social ou/e espiritual. Nesse contexto, vamos reforçar a necessidade de nossos Grupos de Oração irem ao Encontro dos mais necessitados e, de fato, vivermos a Igreja em saída. 

                                                                   

Cathia Pizzinatto

Coordenadora Estadual do Ministério de Promoção Humana da RCC São Paulo