PLANEJAMENTO DE VIDA PESSOAL E CULTURA DE PENTECOSTES
O Beato João Paulo II, dirigindo-se aos membros da Renovação Carismática na Itália, a 14 de março de 2002, deu-nos um mandato, que se tornou célebre no nosso meio carismático, mas que precisa ser cada vez mais refletido e aprofundado: “No nosso tempo, ávido de esperança, fazei com que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Assim ajudareis a fazer que tome forma aquela ‘cultura do Pentecostes’, a única que pode fecundar a civilização do amor e da convivência entre os povos”.
A tomada de consciência desse mandato é algo fundamental para nós, RCC. São palavras determinantes para a vida daqueles que estão inseridos em nosso Movimento. Sabemos o quanto era cara para João Paulo II a expressão “Civilização do Amor”, tão usada durante o seu pontificado. Mas o que mais nos intriga é a relação que o papa estabelece entre Civilização do Amor e Cultura de Pentecostes! Ele chega a afirmar que a Cultura de Pentecostes é a única – portanto não há outra – capaz de fecundar a Civilização do Amor. Sendo assim, a contribuição da RCC é fazer com que o Espírito Santo seja conhecido e amado. Esse é o nosso papel, a ordem que recebemos da Igreja. É o que temos feito desde o começo e continuaremos a realizar.
No entanto, ao falarmos de cultura, devemos pensar em costumes sendo estabelecidos, atitudes e comportamentos afirmados, nas formas de organização de um povo, numa identidade própria, em territórios determinados e períodos específicos. Em outras palavras, cultura é a maneira de pensar e agir de um povo. Dessa forma, abre-se para nós a necessidade de reconhecermos que a experiência do Espírito Santo assume uma dimensão espiritual e social. Espiritual, porque transforma a vida daquele que experimenta a efusão do Espírito. Social, porque esse sujeito renovado pelo Espírito se deixa possuir e conduzir por Ele, a fim de impactar o mundo à sua volta com seus comportamentos e atitudes.
Ao iniciarmos a caminhada de um novo ano, cabe fazermos uma reflexão de como tem sido a nossa prática cristã na Igreja e na sociedade. Estou me deixando renovar pelo Espírito Santo a ponto de minha vida estar contribuindo para o incremento de uma nova cultura? Minha vida moral condiz com o homem novo? Como está a vida comunitária nos nossos grupos e comunidades? Estamos dando um testemunho atraente de fraternidade? E como vai a nossa comunhão com outras expressões eclesiais? No seio familiar, nossos comportamentos são de homens e mulheres renovados pelo Espírito? Os consagrados e sacerdotes se questionem: a experiência de efusão do Espírito está me permitindo viver de maneira nova meu ministério, vocação e a dar um testemunho de vida alegre e de total dedicação à Igreja?
Com base naquilo que constatarmos, façamos o nosso planejamento pessoal, reconhecendo virtudes, trabalhando fraquezas, em vista de contribuirmos melhor para o estabelecimento de uma nova cultura. Pois a organização da nossa vida pessoal é algo fundamental para que essa Cultura se expanda, já que o Espírito Santo é um Espírito de “ordem” e não de confusão. E também porque é a partir de nossas realidades humanas que essa Cultura vai se estabelecer, e não de outra forma. Planejar a vida de oração, os estudos, o serviço apostólico, a vida e convivência familiar, profissional, social, e o lazer é demonstração de responsabilidade com a nossa vida e com missão que o Senhor nos confiou.
Sugerimos que, de acordo com cada assunto analisado, escrevamos um pequeno plano com os seguintes itens:
1) Onde quero chegar/ ou como quero estar? (Sonho)
2) Como estou em relação a isso? (Realidade)
3) Quais passos vou dar para chegar onde quero? (Passos)
Depois de preenchidos, tais pontos devem ser constantemente avaliados para que seja constatado em que aspectos houve avanços ou regressões.
Que ao fazermos o nosso planejamento pessoal de vida, coloquemos toda a nossa diligência e empenho a fim de que a Civilização do Amor seja uma realidade em nossos dias!
Fernando dos Santos Gomes
Coord. Estadual do Ministério Jovem – SP
Grupo de Oração Javé Chammá