Ser amigo de uma pessoa que não enxerga é ser os olhos dela para ajudá-la a ultrapassar os obstáculos nos momentos mais difíceis de sua vida; é você enxergar por ela e levá-la a um encontro espiritual com Deus, mesmo quando não se pode ver. É retratar tudo para ela e incentivá-la a viver a fé em tudo aquilo que não vê.
Ser amigo de um irmão que não fala é ser a voz dele nos momentos em que ele não consegue expressar o que deseja; é decifrar sua vontade através dos seus gestos.
Ser amigo de um irmão paralítico é ser as pernas dele, levá-lo aonde ele não pode ir caminhando. Assim como o belo exemplo dos amigos no Evangelho de Lucas 5, 17-26, somos apaixonados por essa passagem, pois retrata o verdadeiro servo que se doa pelo irmão. Sempre peço a Deus para colocar em nossos caminhos amigos como esses, que nos levam ao verdadeiro encontro com Deus, assim como eles fizeram por seu amigo.
Ser amigo de quem não ouve é ser os ouvidos dele, transmitindo aquilo que ele não consegue ouvir; é levar a mensagem de Deus de uma forma que ele compreenda, mostrando que Deus é misericordioso e o ama incondicionalmente. Vimos um grande exemplo no PHN de 2024, onde um grupo de amigos ficou perto de alguns jovens surdos e, com intensidade e perfeição do amor de Deus, interpretava em Libras (Língua Brasileira de Sinais), que é a primeira língua dos surdos. Esta interpretação não é fácil e nem para qualquer pessoa. Vejo isso como um Dom de Deus, que capacita Seus filhos para ajudar o próximo e dar voz aos surdos. É Deus nos mostrando que ELE é DEUS, agindo onde, quando e do jeito que ELE quer. Aqueles jovens, com tanta dedicação e amor ao próximo, interpretavam sendo transbordados pela ação do Espírito Santo, levando os surdos a entender que Deus é o Salvador e que tem um amor único e verdadeiro por Seus filhos, e que devem seguir e fazer a vontade de Deus Pai. Isso é muito lindo, é servir e se entregar verdadeiramente à vontade de Deus e ao amor ao próximo.
O Senhor tem nos chamado, nos últimos tempos, a fazer uma reflexão, e queremos convidá-los a refletir e agir durante o dia, por uma hora, ou a se colocar no lugar de uma pessoa com deficiência.
Faça essa experiência: convide alguém para dirigir o carro para você. Depois, entre no carro, feche os olhos e ande pela cidade, mas não abra os olhos em momento algum. Então, verá a sensação de como é ser uma pessoa com deficiência visual e, consequentemente, compreenderá as suas necessidades. Depois, faça o mesmo como se fosse surdo e paralítico. Tenho certeza de que, após essa experiência, você nunca mais será o mesmo. Com certeza, essa experiência nos faz pensar mais nos irmãos mais necessitados, carentes, discriminados, e nos faz sentir verdadeiramente o amor de Deus pelo próximo, não apenas da boca para fora, mas de modo que os outros vejam Jesus Cristo em nossa face e em nossas ações. Após tudo isso, seremos pessoas diferentes, muito mais agradecidas pelo que somos e pelo que possuímos.
O Senhor nos convida a sermos os órgãos dos nossos irmãos que não os têm, que possamos ser esses olhos, ouvidos, voz e pernas de quem não os tem.
Sejamos os verdadeiros discípulos, como aqueles homens nas passagens bíblicas. Todas as curas tinham um intercessor; que nós possamos ser esses intercessores na vida de nossos irmãos. Deus abençoe!
Marcos Antônio Gregório e Silvana Cristina Soares
Coordenadores Estaduais do Mato Grosso do Sul
Grupo Água Viva – Inocência – MS