No primeiro domingo da Quaresma (09), o Papa recordou no Angelus, que o Evangelho deste dia apresenta a tentação de Jesus, quando, depois do batismo no Rio Jordão, o Espírito Santo desceu sobre Ele, levando-O a enfrentar Satanás no deserto ao longo de quarenta dias, antes de iniciar a sua missão pública: “O tentador procura distrair Jesus do projeto do Pai, ou seja, a via do sacrifício, do amor que se oferece em expiação, para o levar a empreender um caminho fácil, de sucesso, de potência” .

O Papa frisou depois que no duelo entre Jesus e Satanás nota-se o estilo espetacular e miraculístico com que Satanás tenta afastar Jesus da via da Cruz, falando-lhe de falsas promessas messiânicas, indicando-lhe vias breves de poder e domínio, em troca de uma adoração a ele. São os três grupos de tentações que nós também conhecemos disse o Papa acrescentando que Jesus não cede a essas tentações: “Jesus recusa decididamente todas essas tentações e volta a sublinhar a sua firme vontade de seguir a via estabelecida pelo Pai, sem nenhum compromisso com o pecado e com a lógica do mundo”.

O Papa fez ainda notar que contrariamente a Eva, Jesus não entra em diálogo com Satanás:

“Ele não dialoga com Satanás como fizera Eva no paraíso terrestre. Jesus sabe bem que com Satanás não se pode dialogar, porque é muito astuto. Por isso Jesus, em vez de dialogar como tinha feito Eva, prefere refugiar-se na Palavra de Deus e responder com a força dessa Palavra. Recordemo-nos disto no momento das nossas tentações: nada de argumentações com Satanás, mas sempre defendidos pela Palavra de Deus e isto nos salvará”.

Nas suas respostas – prosseguiu o Papa Francisco perante os milhares de fiéis que o escutavam na Praça de São Pedro – o Senhor recorda-nos antes de mais que não só de pão vive o homem, mas sim da Palavra de Deus que nos dá força e nos apoia na luta contra a mentalidade mundana que abaixa o homem em nível das suas necessidades primárias, desviando-o do que é belo, da fome de Deus, do amor.

E o Papa concluiu recomendando que façamos da Quaresma um tempo de conversão: “Caros irmãos, o tempo de Quaresma é uma ocasião propícia para todos nós percorrermos o caminho da conversão, confrontando-nos sinceramente com esta página do Evangelho. Renovamos as promessas do nosso Batismo: renunciamos a Satanás e a todas as suas obras de sedução, para caminharmos nas sendas de Deus e “chegarmos à Páscoa na Alegria do Espírito”.

Depois da oração mariana do Angelus, o Papa saudou diversos grupos da Itália e Espanha e chamou atenção para a campanha da Caritas sobre a fome no mundo: “Durante esta Quaresma queremos recordar o convite da Caritas Iternationalis na sua campanha contra a fome no mundo”.

O Papa concluiu pedindo orações para ele e os colaboradores da Cúria Romana que neste domingo à noite iniciam a semana de Exercícios espirituais: “Desejo a todos que o caminho quaresmal há pouco iniciado seja rico de frutos; e peço orações para mim e para os colaboradores da Cúria Romana, pois que esta noite iniciaremos a semana dos Exercícios espirituais. Obrigada. Bom domingo e até a próxima”.

Com efeito, às 18 horas do domingo (09), tevr início na Casa do Divino Mestre, em Arricia, arredores de Roma, os Exercícios espirituais da Cúria Romana, nas quais participam o próprio Papa. As meditações serão propostas por D. Ângelo de Donatis, Pároco na Igreja de São Marcos Evangelista junto ao Capitólio de Roma. Os Exercícios prolongam-se até 14 deste mês. O Papa partiu de ônibus às 16 horas juntamente com 83 pessoas – referiu o porta-voz da Santa Sé, P. Federico Lombardi.

Fonte: Rádio Vaticana