“Seguir Jesus torna-nos mais livres e alegres.” Assim se expressou o Papa ao meio-dia deste domingo (19) no Angelus, na Praça São Pedro, lotada de fiéis e peregrinos oriundos de várias comunidades étnicas, neste Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, cuja jornada tem como tema “Os migrantes e refugiados: rumo a um mundo melhor”.
O Santo Padre dedicou uma oração especial àqueles que vivem situações de dificuldades, recordando que o amor é o único modo para vencer o mal e o pecado.
“Eis o cordeiro de Deus, aquele que tira o pecado do mundo”: assim João Batista reconhece “Jesus que aparece na multidão às margens do rio Jordão. O encontro narrado no Evangelho dominical nos faz entender – observou o Papa – que “Jesus veio ao mundo com uma missão precisa: libertá-lo da escravidão do pecado, assumindo sobre Si as culpas da humanidade. “De que modo? Amando. Não há outro modo para vencer o mal e o pecado a não ser com o amor que impele à doação da própria vida em favor dos outros”.
De fato, Jesus “assumiu sobre Si os nossos sofrimentos, as nossas dores, a ponto de morrer na cruz”. “Ele é o verdadeiro cordeiro pascal, que se imerge no rio do nosso pecado, para purificar-nos”. “Um homem que se coloca na fila dos pecadores para fazer-se batizar, embora não precisasse. Um homem que Deus mandou ao mundo como cordeiro imolado”. “Esta imagem do cordeiro poderia surpreender; de fato, um animal que não se caracteriza, certamente, pela força e robustez assume sobre si um peso tão oprimente”. “A massa enorme do mal tolhida e carregada por uma criatura fraca e frágil”, “que chega ao limite do sacrifício de si”.
“O cordeiro não é um dominador, mas é dócil; não é agressivo, mas pacífico; não mostra as presas ou os dentes diante de qualquer ataque, mas suporta e é remissivo. Jesus é assim! Jesus é assim, como um cordeiro”. Portanto, o que significa, “hoje, ser discípulo de Jesus, Cordeiro de Deus? Significa colocar a inocência no lugar da malícia, o amor no lugar da força, a humildade no lugar da soberba, o serviço no lugar do prestígio. Significa não viver como uma ‘cidadela cercada’ – explicou Francisco –, mas como uma cidade situada no monte, aberta, acolhedora, solidária. Significa não assumir atitudes de fechamento, mas propor o Evangelho a todos, testemunhando com a nossa vida que seguir Jesus nos torna mais livres e mais alegres”.
Após a recitação do Angelus, o Bispo de Roma dirigiu uma saudação particular a todos os migrantes e refugiados na Itália e em todas as partes do mundo, neste Dia Mundial a eles dedicado:
“Queridos amigos, vocês estão no coração da Igreja, porque a Igreja é um povo em caminho rumo ao Reino de Deus, que Jesus Cristo trouxe para o meio de nós”. “Não perca a esperança por um mundo melhor! Faço votos de que vocês possam viver em paz nos países que os acolhem, custodiando seus valores culturais de origem”.
Em seguida, o Pontífice fez um agradecimento aos que se colocam ao lado dos migrantes:
“Gostaria de agradecer àqueles que trabalham com os migrantes para acolhê-los e acompanhá-los em seus momentos difíceis, para defendê-los daqueles a quem o Beato Scalabrini definia “os mercadores de carne humana”, que querem escravizar os migrantes!”. E de modo particular: “Quero agradecer à Congregação dos missionários de São Carlos, aos padres e às irmãs escalabrinianos que tão bem fazem à Igreja e que se fazem migrantes com os migrantes”.
Por fim, o Papa rezou mais uma Ave-Maria com os fiéis e peregrinos presentes na Praça São Pedro.
“Neste momento pensemos nos muitos migrantes, muitos! Muitos refugiados, em seus sofrimentos, em suas vidas, muitas vezes sem trabalho, sem documentos, tanta dor, e, todos juntos, dirijamos uma oração pelos migrantes e refugiados que vivem situações mais graves e mais difíceis: Ave-Maria…”. O Santo Padre concedeu a todos a sua Bênção Apostólica.
Leia na íntegra a Mensagem do Santo Padre Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado.
Fonte: News.va