Estamos no mês das Vocações e, nesta semana especialmente dedicada à Família, o Portal da RCCBRASIL traz uma série com artigos para refletir sobre a missão desafiadora das Famílias. Chegamos ao sexto e último texto meditando sobre a necessidade de ensinar aos filhos o caminho de Jesus e, com eles, perseverar até o fim. Confira:

 

 

“Naquele tempo, a mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. Jesus perguntou: “O que tu queres?”Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. (Mt 20, 20)

Ao lermos este pequeno trecho do Evangelho que nos apresenta Santa Maria Salomé, aquela que ousou pedir a Jesus que seus filhos se assentassem com Ele no Reino dos Céus, somos impactados com a ousadia de uma mulher de fé, que faz um pedido aparentemente tão descabido a Jesus, para garantir o Céu aos seus filhos. Mas, a esposa de Zebedeu está movida por um espírito de paresia. Ela não teve medo de pedir a Jesus o que ela sabia ser o melhor, pois tinha certeza que a única coisa que importava para seus filhos era que sentassem ao lado Dele no seu Reino. Esta mãe não era uma pessoa que passava por um momento de empolgação quando fez este pedido a Cristo, mas uma fiel seguidora do Senhor, que o acompanhava juntamente com os discípulos e as outras mulheres. 

A resposta de Jesus alerta sobre as consequências de beber o cálice que Ele mesmo beberia:“De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é que dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”. Há um lugar no céu preparado para cada um de nós, pois este é o desejo do Pai, fomos gerados por Deus, constituídos em seu amor e para Ele devemos um dia retornar.

A história da família de Zebedeu nos mostra que desde o início, a Igreja contou com trabalho de boas famílias. Não é por acaso que vivemos um tempo de tão intensa perseguição à família cristã. Em nossas casas estão plantadas as sementes que darão frutos para Deus, os nossos filhos são “rebentos de oliveira”, como diz o salmista, têm em si a própria unção do Senhor. Do seio de nossas famílias brotam sacerdotes, profetas e reis para os nossos tempos. O projeto de Deus não é teórico ou distante, mas prático e real, que se realiza em nós, através da nossa fé.

Quando vemos o amor e a entrega total de Santa Maria Salomé, que reconhece um único valor pelo qual vale a pena lutar, precisamos nos questionar o que temos pedido a Jesus pela nossa casa. Verdadeiramente, que lugar queremos que nossos filhos ocupem? Nós cristãos, temos nos gastado por muitos sonhos e desejos, em busca de coisas humanas e de realizações seculares. Tantos casais acabam por estruturar apenas a vida financeira, esvaziando-se pouco a pouco do sentido maior do matrimônio.  Zebedeu e sua esposa conheciam o mestre, seus jovens filhos deixaram as redes da Companhia de Pesca do pai, para buscar um valor maior. Eles sabiam que Jesus Cristo é o único caminho para realização humana.  

Esta mãe teve fé para pedir o que queria, mas foi muito além disso, dedicou a sua vida por esta fé. Conduziu Tiago e João e os acompanhou no seguimento de Jesus, permanecendo firme até o fim, sustentando a Virgem Maria, junto com seu filho João, aos pés da cruz de Cristo, enquanto Ele bebia o Seu cálice de dor.

Neste tempo em que vivemos, o Senhor Jesus quer entrar definitivamente nas nossas famílias, como fez com a família de Zebedeu e tantas outras na história da Igreja. Ele quer fazer comunhão conosco, transformar nossa realidade pela conversão de nossos corações. Olha que Eu estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, Eu entrarei na sua casa e cearei com ele e ele comigo. (Ap 3, 20).

 

 

Alessandra Batista e Eberson Trindade

Grupo de Oração Porta do Céu, Paróquia Nossa Senhora das Dores

Arquidiocese de Porto Alegre (RS)

Coordenadores Estaduais do Ministério Para as Famílias (RS)