Por Fernando Nascimento
Equipe Nacional do Ministério Jovem

Acabamos de festejar o Natal do Senhor! Como todos os demais anos, o mercado esteve alvoroçado, a mídia apresentou seus ‘jingles’, casas se encheram de luzes e as cores vermelho, verde e branco prevaleceram sobre as demais. Papai Noel visitou as nossas escolas, creches, hospitais e shoppings e os presentes, cobiçados com mais ansiedade, já foram entregues… O que o homem batizado no Espírito Santo tem a dizer sobre o Natal quando a cultura global vem esvaziando o maior acontecimento da História da humanidade?

Quando os apóstolos receberam o Espírito Santo, no dia de Pentecostes, Pedro, movido pelo poder de Deus, escancarou as portas do Cenáculo e fez um anúncio o primeiro anúncio ou querigma: “Que toda a casa de Israel saiba, portanto, com a maior certeza de que este Jesus, que vós crucificastes, Deus o constituiu Senhor e Cristo” (At 2, 36). Pedro anunciou que aquele Jesus, nascido da Virgem Maria, não era ‘um qualquer’, mas era o Filho do próprio Deus, o Cristo!

É evidente que a cultura global ou cultura de morte (segundo as palavras do saudoso Papa João Paulo II) faz todo o esforço para anular, abafar o sentido profundo e libertador deste nascimento de uma criancinha, na cidade de Belém, na Judéia, pois este Jesus é o Senhor e Cristo! Seu nascimento rasga o véu do pecado, destrói a morte – artífice dessa cultura – e reconduz a humanidade ao “Jardim do Éden”, reconduz o homem à intimidade de Deus. Há um “ser pervertido e pervertedor”, denunciado por Jesus como homicida, pecador desde o princípio, que é príncipe deste mundo, príncipe desta cultura; esvaziar o sentido salvífico do Natal, anular e pôr no esquecimento a Salvação com futilidades, máscaras, consumismo e lendas é o seu propósito; disseminar o pecado, o ódio e a miséria e fazer do Natal esta data cheia de hipocrisias e filantropias é o seu modo astuto de agir, privando a humanidade de apropriar-se da Salvação que vem do Cristo.

O Homem Batizado no Espírito Santo, neste novo ano que se inaugura, tem a dizer que “com efeito, de tal modo Deus amou o mundo, que lhe deu seu filho único, para que todo o que Nele crer não pereça, mas tenha vida eterna. Pois Deus não enviou seu Filho ao mundo para condená-lo, mas para que o mundo seja salvo por Ele” (Jo 3, 16-17). A experiência do poder de Deus, que fazemos em nossos grupos de oração, deve nos impelir, se autêntica, a proclamar o Natal do Senhor como destruição da morte e de sua cultura devastadora, estabelecendo a Cultura de Pentecostes, a cultura de homens e mulheres que receberam o poder de tornarem-se filhos de Deus; homens e mulheres que não nasceram do sangue, nem da vontade do homem, mas sim de Deus (cf. Jo 1, 12-13)! O Natal da Cultura de Pentecostes é um dia de libertação, um dia de esperança escatológica (pois a trombeta soará, rasgar-se-ão os céus e o Filho de Deus pisará outra vez o nosso chão); um dia de Ação de Graças, de experiência profunda do amor infinito de Deus!

A Cultura de Pentecostes começa conosco, começa em nós, nas nossas casas, nas nossas comunidades paroquiais, nos nossos grupos de oração, nos nossos ministérios! Oremos uns pelos outros e peçamos o derramamento poderoso do Espírito sobre nós e sobre a humanidade. Que neste tempo de Natal, possamos permutar a cultura de morte, na qual este acontecimento é vazio, pela Cultura de Pentecostes, em que este mesmo acontecimento torna-se Revelação de Deus ao homem!

Fonte: Revista Renovação, edição nº 47, novembro/dezembro de 2007.