Pense que o Planeta é como uma casa alugada, em que você deve morar, usufruir, mas quando sai tem que deixar tudo como estava. Há quantas gerações não estamos cumprindo com isso?

João Paulo II, muitas vezes apelidado de “O Papa Ambientalista”, certa vez questionou: “como ficar indiferentes diante das perspectivas dum desequilíbrio ecológico, que torna inabitáveis e hostis ao homem vastas áreas do planeta?”. E acrescentou: “É urgente uma educação sobre a responsabilidade ecológica… O tema da proteção do Ambiente merece uma extrema atenção e reveste-se verdadeiramente de uma altíssima importância no momento atual da história e do desenvolvimento do nosso mundo moderno”.

Esse questionamento, levantado pelo Papa João Paulo II, continua em discussão nos dias de hoje. O desequilíbrio ecológico continua aumentando e, cada vez, com uma velocidade maior. Esse fato deve ser considerado por todos. As autoridades devem pensar e executar medidas para amenizar o problema, mas em muitos casos nós podemos agir por conta própria, pois a maior parte das mudanças que são necessárias para a melhoria da qualidade ambiental está em nossas mãos. Segue uma história para refletirmos sobre essa questão:

Lição de sabedoria

Um cientista muito preocupado com os problemas do mundo passava dias em seu laboratório, tentando encontrar meios de minorá-los.

Certo dia, seu filho de sete anos invadiu o seu santuário decidido a ajudá-lo. O cientista, nervoso pela interrupção, tentou fazer seu filho brincar em outro lugar. Vendo que seria impossível removê-lo, procurou algo que pudesse distrair a criança. De repente, deparou-se com o mapa do mundo. Estava ali o que procurava. Recortou o mapa em vários pedaços e, junto com um rolo de fita adesiva, entregou ao filho dizendo:

– Você gosta de quebra-cabeça? Então vou lhe dar o mundo para consertar. Aqui está ele todo quebrado. Veja se consegue consertá-lo bem direitinho! Mas faça tudo sozinho!

Pelos seus cálculos, a criança levaria dias para recompor o mapa.

Passadas algumas horas, ouviu o filho chamando-o calmamente.

– Papai, pai, já terminei tudinho!

A princípio, o pai não deu crédito às palavras do filho. Seria impossível na sua idade conseguir recompor um mapa que jamais havia visto. Relutante, o cientista levantou os olhos de suas anotações, certo de que veria um trabalho digno de uma criança.

Para sua surpresa, o mapa estava completo. Todos os pedaços haviam sido colocados nos devidos lugares. Como seria possível?

Como o menino havia sido capaz?

– Você não sabia como era o mundo, meu filho, como conseguiu?

– Pai, eu não sabia como era o mundo, mas quando você tirou o papel da revista para recortar, eu vi que do outro lado havia a figura de um homem. Quando você me deu o mundo para consertar, eu tentei, mas não consegui. Foi aí que me lembrei do homem, virei os recortes e comecei a consertar o homem que eu sabia como era. Quando consegui consertar o homem, virei a folha e vi que havia consertado o mundo.

(Autor desconhecido)

Nesta história, consertar o homem nos remete a uma reflexão sobre como estão nossas ações, comportamentos, atitudes em relação ao ambiente. Como será que está a nossa vida em relação ao consumismo, ao desperdício, à geração de resíduos. Será que podemos consertar alguma coisa em nosso dia a dia visando consertar o mundo? A resposta é sim. Se nós mudamos o mundo também muda. Sendo assim, teremos uma melhor qualidade ambiental na medida em que consertarmos a nós mesmos.

Mas para consertar as coisas, é necessária antes de tudo, a sensibilização, ou seja, o processo de ‘dar-se’ conta e preocupar-se com as problemáticas ambientais. Isso pode nos levar a uma maior conscientização e, consequentemente, à modificação de nossas ações, comportamentos e atitudes, causando mudança também nas pessoas que estão à nossa volta, pois estamos sempre servindo como exemplo.

Percebe-se que vai ser necessária uma mudança em cada um de nós. É preciso coragem para iniciar essa mudança.

E por falar em coragem, palavra que quer dizer “agir a partir do coração”. Nós, cristãos católicos da Renovação Carismática, sabemos bem o que é isso, e também devemos lembrar que tudo o que existe é presente de Deus e, assim sendo, temos um dever ainda maior de cuidar disso tudo. Vamos fazer como disse Jesus à Santa Teresa D’Ávila: “Cuidai das minhas coisas que eu cuidarei da tua família”.

Família RCC, Deus cuida de nós, vamos fazer com empenho a nossa parte e cuidar com mais amor desse ambiente onde vivemos! Trabalhar para que seja desenvolvida uma consciência ambiental junto aos participantes do Movimento me parece interessante e necessário frente à atual situação.

[…]

Renata Bortolini
Bióloga – CRBio 58612-03
Coordenadora do Grupo de Oração Universitário da CEU (Casa do Estudante Universitário), na Universidade Federal do Rio Grande do Sul