Por Fernando Nascimento

A história do surgimento do carnaval diverge. Alguns dizem que surgiu no Egito, com as festas de culto a Isis. Outros dizem que surgiu na Grécia, nas celebrações da colheita.

Eram principalmente eventos relacionados a acontecimentos religiosos e rituais agrários, na época da colheita de grandes safras. Desde essa época as pessoas já pintavam os rostos, dançavam e bebiam. Há também indícios de que o Carnaval tem origem nas festas pagãs e rituais de orgia. Em Roma, as raízes deste acontecimento estão ligadas a danças em homenagem ao Deus Pã e Baco: eram as chamadas Bacanais ou Dionísicas.

A fé cristã, amados irmãos, transcende a experiência pessoal! O Evangelho, pregado no poder do Espírito Santo, tem por finalidade a instauração de uma nova civilização, e nós vimos isso acontecer depois de Pentecostes. Assim que o Cristianismo foi adotado por Teodósio como religião oficial do Império, templos pagãos foram convertidos em catedrais e as festas pagãs foram substituídas por festas cristãs. Em quatro séculos, havia sido instaurada a Cristandade. As festas dionísicas também receberam o impacto do Evangelho: Gregório I, o Grande, em 590 d.C. transferiu o início da Quaresma para quarta-feira, antes do sexto domingo que precede a Páscoa. Ao sétimo domingo, denominado de “qüinquagésima” deu o título de “dominica ad carne levandas”, expressão que teria sucessivamente se abreviado para “carne levandas”, “carne levale”, “carne levamen”, “carneval” e “carnaval”, todas variantes de dialetos italianos (milanês, siciliano, calabres, etc..) e que significam ação de tirar , quer dizer: “tirar a carne”. A terça-feira (mardi-grass), seria legitimamente a noite do carnaval. Seria, em última análise, a permissão de se comer carne antes dos 40 dias de jejum da Quaresma.

“Com efeito, os que vivem segundo a carne desejam as coisas as coisas da carne, e os que vivem sefundo o espírito, as coisas que são do Espírito. De fato, o desejo da carne da carne é a morte, ao passo que o desejo do espírito é a vida e a paz, uma vez que o desejo da carne é inimigo de Deus: pois ele não se submete à lei de Deus, e nem o pode, pois o que estão na carne não podem agradar a Deus” – Rm 8. “Carne Levandas”, tirar a carne!

Creio ser evidente o fato de que estamos vivendo um neo-paganismo e que o carnaval precisa, uma vez mais, de conversão. O estabelecimento de uma nova cultura é fundamentado no derramamento copioso do Espírito Santo (eis aqui o princípio fundante da Cristandade). Não há outro caminho para fecundar a Civilização do Amor, diria-nos João Paulo II: Precisamos de uma cultura de Pentecostes.

A Renovação Carismática Católica, na imensa maioria das dioceses nas quais está presente, está promovendo os festejos de carnaval. Peçamos ao Senhor que o “espírito da carne”, o “espírito deste mundo” seja submetido ao Senhorio de Jesus Cristo na vida dos milhares de homens e mulheres que festejarão conosco a vida nova no Espírito Santo! Peçamos: “Vem, Espírito Santo, e renova a face da Terra”.