A Igreja celebra, em 15 de setembro, a memória de Nossa Senhora das Dores que recorda-nos a cena do Calvário, narrada no Evangelho: aos pés da Cruz de Jesus, estava Maria.

Pode-se imaginar o que alguns escarnecedores também pensavam a respeito de Maria, a respeito da mãe do crucificado. Sobre isso, o Papa Francisco meditou:

“Maria ouvia tudo e sofria uma humilhação terrível. Ouvia também os ‘grandes’, alguns sacerdotes que ela respeitava por serem sacerdotes. ‘Mas tu, que és tão bom, desça!’. Com seu Filho, nu, ali. Maria tinha um sofrimento tão grande, mas não foi embora; não renegou seu Filho! Era a sua carne”.

Papa Francisco

Maria viveu toda a vida com a alma transpassada, pois acompanhava, seguia e amava Jesus. Viveu com Cristo o grande mistério de Salvação.  “Nós, cristãos, temos uma Mãe, a mesma de Jesus; temos um Pai, o mesmo de Jesus. Não somos órfãos! E Ela nos dá à luz naquele momento com tanta dor: é realmente um martírio. Com o coração traspassado, aceita dar à luz a todos naquele momento de dor. E a partir daquele momento, Ela se torna a nossa Mãe, a partir daquele momento Ela é nossa Mãe, aquela que cuida de nós e não tem vergonha de nós, nos defende” (Papa Francisco).

Assim como a Virgem Maria e o próprio Jesus, todo ser humano passa por lutas e sofrimentos. O Senhor não prometeu uma vida na terra cheia de prosperidades e facilidades aos seus amigos. Pelo contrário, Jesus convida os discípulos a tomarem cada um à sua cruz e segui-Lo (cf. Mt 16,24).

Como esta celebração nos ensina sobre nossas dores pessoais?

Desta forma, a celebração das Dores de Maria tem muito a ensinar com o exemplo da Virgem Santíssima. Além disso, a intercessão e socorro da Mãe jamais faltará aos filhos que, como Jesus, são crucificados e assolado nos dias de hoje por tantas situações como doenças, desemprego, relacionamento, família, finança, injustiça, entre inúmeras outros.

Certa vez, em uma homilia, o Papa Emérito Bento XVI explicou que hoje Maria vive na alegria e glória da Ressurreição, e é dessa forma que cada um deve seguir adiante no ‘calvário’ da vida, na expectativa da alegria eterna, onde não haverá choro nem ranger de dentes (cf. Mt 8,12):

“As lágrimas derramadas ao pé da Cruz transformaram-se num sorriso que nada mais apagará, embora permaneça intacta a sua compaixão materna por nós. Atesta-o a intervenção da Virgem Maria em nosso socorro ao longo da história e não cessa de suscitar por Ela, no povo de Deus, uma confidência inabalável (…) Maria ama cada um dos seus filhos, concentrando a sua atenção de modo particular naqueles que, como o Filho d’Ela na hora da Paixão, se acham mergulhados no sofrimento; ama-os, simplesmente porque são seus filhos, por vontade de Cristo na Cruz”.

Papa Bento XVI

Uma antiga tradição da Igreja recorda as sete dores de Nossa Senhora. Presentes nos Evangelhos, as dores são momentos em que Maria Santíssima está unida a Cristo, compartilhando o Mistério da Salvação e participando do projeto de Deus para toda a humanidade.

Você conhece as Sete Dores de Maria?

1ª dor: Maria acolhe, com fé, a profecia de Simeão (cf. Lc 2,34-35).

2ª dor: Maria foge para o Egito com Jesus e José (cf. Mt 2,13-14).

3ª dor: Maria procura Jesus perdido em Jerusalém (cf. Lc 2,43-45).

4ª dor: Maria encontra-se com Jesus no caminho do Calvário (cf. Lc 23, 26-27).

5ª dor: Maria permanece junto à cruz do seu Filho (cf. Jo 19,25-27).

6ª dor: Maria recebe nos braços o corpo de Jesus deposto da Cruz (cf. Mt 27,57-59).

7ª dor: Maria leva ao sepulcro o corpo de Jesus à espera da ressurreição (cf. Jo 19,40-42).

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