Hoje (09), celebramos o Dia das Mães uma das pessoas mais especiais de nossa vida. Te convidamos a meditar com as palavras do Papa Francisco sobre a figura materna. Por fim, reze por sua mãe, pedindo a proteção e os cuidados de Nossa Senhora.

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Cada pessoa humana deve a vida a uma mãe, e quase sempre lhe deve muito da própria existência sucessiva, da formação humana e espiritual. Contudo, a mãe, embora seja muito exaltada sob o ponto de vista simbólico — muitas poesias, muitas coisas bonitas se dizem poeticamente sobre a mãe — é pouco escutada e pouco ajudada no dia-a-dia, pouco considerada no seu papel central na sociedade. Aliás, muitas vezes aproveita-se da disponibilidade das mães para sacrificar-se pelos filhos para “economizar” nas despesas sociais.

Acontece também que na comunidade cristã a mãe nem sempre é valorizada, é pouco ouvida. Todavia, no centro da vida da Igreja está a Mãe de Jesus. Talvez as mães, prontas para muitos sacrifícios pelos filhos, e frequentemente também pelos dos outros, deveriam ser escutadas. Seria necessário compreender melhor a sua luta quotidiana para serem eficientes no trabalho e diligentes e afetuosas em família; seria necessário compreender melhor quais são as suas aspirações a fim de expressar os frutos melhores e autênticos da sua emancipação. Uma mãe com os filhos têm sempre problemas, trabalhos. Lembro-me que em casa éramos cinco filhos e enquanto um fazia uma travessura, o outro fazia outra, e a minha pobre mãe corria de um lado para o outro, mas era feliz. Deu-nos tanto.

As mães são o antídoto mais forte contra o propagar-se do individualismo egoísta. “Indivíduo” quer dizer “que não se pode dividir”. As mães, ao contrário, “dividem-se”, a partir do momento que hospedam um filho para o dar à luz e fazer crescer. São elas, as mães, que mais odeiam a guerra, que mata os seus filhos. Muitas vezes pensei naquelas mães quando receberam uma carta: “Digo-lhe que o seu filho morreu em defesa da pátria…”. Pobres mulheres! Como sofre uma mãe! São elas que testemunham a beleza da vida. O arcebispo Oscar Arnulfo Romero dizia que as mães vivem um “martírio materno”. Na homilia para o funeral de um sacerdote assassinado pelos esquadrões da morte, ele disse, fazendo eco ao Concílio Vaticano II: “Todos devemos estar dispostos a morrer pela nossa fé, ainda que o Senhor não nos conceda esta honra… Dar a vida não significa somente ser assassinado; dar a vida, ter espírito de martírio, é dar no dever, no silêncio, na oração, no cumprimento honesto do dever; naquele silêncio da vida quotidiana; dar a vida pouco a pouco? Sim, como a dá uma mãe que, sem temor, com a simplicidade do martírio materno, concebe no seu seio um filho, dando-o à luz, amamentando-o, fazendo-o crescer e cuidando dele com carinho. É dar a vida. É martírio”. Termino aqui a citação. Sim, ser mãe não significa somente colocar um filho no mundo, mas é também uma escolha de vida. O que escolhe uma mãe, qual é a escolha de vida de uma mãe? A escolha de vida de uma mãe é a escolha de dar a vida. E isto é grande, é bonito.

Uma sociedade sem mães seria uma sociedade desumana, porque as mães sabem testemunhar sempre, mesmo nos piores momentos, a ternura, a dedicação, a força moral. As mães transmitem, muitas vezes, também o sentido mais profundo da prática religiosa: nas primeiras orações, nos primeiros gestos de devoção que uma criança aprende, está inscrito o valor da fé na vida de um ser humano. É uma mensagem que as mães que acreditam sabem transmitir sem tantas explicações: estas chegarão depois, mas a semente da fé está naqueles primeiros, preciosíssimos momentos. Sem as mães, não somente não haveria novos fiéis, mas a fé perderia boa parte do seu calor simples e profundo. E a Igreja é mãe, com tudo isso, é nossa mãe! Nós não somos órfãos, temos uma mãe! Nossa Senhora, a mãe Igreja e a nossa mãe. Não somos órfãos, somos filhos da Igreja, somos filhos de Nossa Senhora e somos filhos das nossas mães.

Queridas mães, obrigado, obrigado por aquilo que sois na família e por que o dais à Igreja e ao mundo. E a ti, amada Igreja, obrigado por ser mãe. E a ti, Maria, mãe de Deus, obrigado por nos fazer ver Jesus.

 

Oração

Mãe de Jesus

Mãe da minha mãe e das mães de todo o mundo

Protege aquelas que a ti se assemelham pela maternidade

Sustenta aquelas que em ti se espelham na hora da luta

Consola aquelas que a ti se unem pela dor.

Ensina às mães a paciência das longas esperas

Explica a elas os mistérios da vida gerada

Confidencia-lhes as alegrias que só as mães entendem

E as angústias que só elas sofrem.

Senta-te com elas à mesa de tua casa em Nazaré

E conversem sobre seus filhos

Falem de seus sonhos, de suas preocupações,

Rezem juntas, meditem a Palavra.

Consola as mães na hora da separação

Lembra-te do dia em que Jesus partiu para o mundo

Deixando-te muda de saudades.

E diga a todas as mães, Mãe de Cristo Jesus,

O amor e a gratidão de seus filhos

Que nem sempre sabem falar

Porque, afinal, são sempre crianças.

Amém!

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Oração: Portal Misericórdia

Meditação: Angelus Papa Francisco