Neste domingo (20), a Igreja celebra a Solenidade da Assunção de Nossa Senhora, um importante dogma que recorda aos católicos a singularidade da missão de Maria e que também se mostra como um sinal de esperança para toda a humanidade.
Entenda, a seguir, o que diz este dogma, qual a diferença entre “assunção” e “ascensão” e o porquê de a Igreja Católica não proclamar nenhum outro santo como assunto aos céus, além de Maria.
Assunção e Ascensão: diferenças fundamentais
A diferença essencial entre a Assunção e a Ascensão está relacionada
à ação divina contida em cada evento. A Ascensão se refere ao ato de Jesus Cristo ascender aos céus por Sua própria vontade e poder divino após Sua ressurreição. Por outro lado, a Assunção de Nossa Senhora é entendida como um dom concedido por Deus, no qual Maria é levada ao céu por intervenção divina. Enquanto a Ascensão de Cristo demonstra Seu poder divino, a Assunção de Maria destaca a graça singular concedida a ela por Deus.
De acordo com o professor e teólogo Felipe Aquino, durante aula sobre “Assunção ao Céu” do curso de Mariologia oferecido pelo IEAD RCCBRASIL, “a Igreja ensina que a Assunção de Nossa Senhora ao Céu é a prefiguração do que deve acontecer com cada cristão, com cada redimido por Cristo”. Ainda de acordo com o professor, a Igreja também ensina que Nossa Senhora, agora assunta, está diante de Deus como a maior intercessora dos cristãos depois do próprio Cristo.
Entenda o dogma da Assunção de Nossa Senhora
O dogma da Assunção foi proclamado pelo Papa Pio XII em 1950, na Constituição Apostólica Munificentissimus Deus. Este dogma afirma que Maria, por sua singular pureza e papel como Mãe de Deus, foi preservada do pecado original e, ao final de sua vida terrena, foi elevada ao céu em corpo e alma. A Assunção de Maria reflete a perfeita união entre a humanidade e a divindade, demonstrando a plenitude da redenção e da glorificação da Mãe de Deus.
Este é um dogma proclamado apenas no século XX, mas a fé na Assunção de Nossa Senhora remonta ao século IV. Nesse sentido, pode surgir a dúvida: se a crença existe há tanto tempo por que foi proclamado como dogma de fé apenas no século XX? Segundo professor Felipe Aquino, a proclamação de um dogma está amparada no Concílio Vaticano I, em 1870, que diz que quando um Papa proclama um dogma ele é infalível, ele não erra. “Mesmo que a gente não entenda o que o dogma quer dizer, o que o dogma quer proclamar, como católicos temos a obrigação de acreditar”, ensina Felipe.
Distinção entre Nossa Senhora e outros santos
A Assunção de Nossa Senhora difere da experiência de outros santos em virtude de seu papel único na história da salvação. Maria é a Mãe de Deus e desempenhou um papel essencial na encarnação e na missão de Jesus Cristo. Sua maternidade divina a coloca em uma posição singular, merecendo uma honra especial. Além disso, sua imaculada conceição e vida de virtude exemplar a destacam como uma figura incomparável dentro da fé católica.
Enquanto outros santos podem ter alcançado graus notáveis de santidade, nenhum deles ocupou o papel divinamente designado de Maria como a Mãe de Deus. “A única pessoa humana cujo corpo já está ressuscitado no céu é o corpo da Virgem Maria, isso a Igreja não garante para ninguém mais, nem para São José. Os corpos todos estão na terra, menos Jesus e Nossa Senhora, eles estão com os seus corpos ressuscitados”, explica o professor.
A Assunção de Nossa Senhora é um importante pilar da fé católica que celebra a união íntima entre a divindade e a humanidade na pessoa de Maria. Além da singularidade da missão de Maria, ele será sempre um sinal de esperança e recordação da promessa de vida eterna para toda a humanidade.