Em 23 de junho de 1835 nasceu na cidade de Lucca (Itália) Elena Guerra, um presente de Deus para a humanidade. De família tradicionalmente cristã, desde menina já possuía um olhar sensível e atento a criação divina, das flores do jardim escolhia o girassol para ofertar a Virgem Maria, pois dizia que o sol era Jesus e para Ele queria olhar sempre.
A devoção ao Espírito Santo sempre esteve ardentemente presente no coração de Elena, bem como a disposição para servir, mesmo em meio ao sofrimento e tribulações. Na juventude, por exemplo, ficou acamada por vários anos, mas, mesmo neste estado, exercia seu apostolado reunindo em casa as “amigas espirituais” para orar e meditar a Palavra.
Aos 35 anos, após uma peregrinação em Roma, Elena amadureceu a decisão de se consagrar ao Senhor. Obediente e fiel às inspirações do Divino Amor iniciou uma nova experiência de vidareligiosa comunitária, que mais tarde se tornaria a congregação das “Oblatas do Espírito Santo”. Dedicou-se a educação dos jovens, nos quais acreditava ser possível formar um “homem novo” pelo poder do Espírito Santo.
Elena desejava profundamente fazer com que o Espírito Santo fosse conhecido e amado. Por isso, trabalhou corajosamente para difundir a devoção ao Divino Paráclito, como podemos ver em seus escritos e em suas cartas destinadas ao Papa Leão XIII. Nelas exortou a vivência de um “Cenáculo Novo, Universal e Permanente” na Igreja, para que no mundo acontecesse uma “consoladora renovação”.
A realidade do mundo de hoje não foge àquele descrito por Elena em sua época: “o mundo é mau, o espírito de satanás triunfa na pervertida sociedade e uma multidão de almas se distancia do Coração de Deus”. Por isso, se faz necessário, também no tempo presente um reavivamento do culto ao Espírito Santo entre os “cristãos modernos”, como ela mesmo dizia.
Desde o século XX, consagrado a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade, temos visto as mensagens proféticas, da então beata Elena Guerra, se cumprindo. Podemos dizer que esta santa mulher, pelo seu testemunho de vida, foi a precursora “do retorno ao Espírito Santo”, este Deus que “vivifica e une invisivelmente a Igreja” (Papa Leão XIII) e “nos faz apaixonar-se por Jesus” (Papa Francisco).
Neste Jubileu da Renovação Carismática Católica somos chamados a expressar nossa gratidão aos precursores deste Movimento na Igreja e a abrir ainda mais nossos corações ao Espírito Santo, que quer continuar a obra de amor que Ele começou no Cenáculo junto a Virgem Maria e aos Apóstolos. Sejamos também nós, a exemplo destes, propagadores do “fogo” que Jesus lançou sobre a terra (Lc 12,49).
Que pela intercessão da beata Elena Guerra, sejamos todos iluminados pelo Doce Hóspede de nossas almas e tenhamos a força para corresponder fielmente as Suas divinas inspirações. E assim como ela, nos tornemos verdadeiros partícipes da “renovação da face da terra”.
Eliane Pereira da Silva
Coordenadora do Grupo de Profissionais do Reino “Sal e Luz”
Arquidiocese de Ribeirão Preto – SP