Na catequese de hoje o Papa Francisco meditou sobre a dimensão essencial que há na bênção. “Toda a esperança do mundo está posta nesta bênção imutável de Deus”.

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A bênção é uma dimensão essencial da oração. Ao Senhor que nos abençoa, respondemos bendizendo-O por nos ter abençoado e pela bênção recebida. Nas primeiras páginas da Bíblia, aparece Deus ocupado na criação: à sua palavra, surgem o universo e os seres que o embelezam e povoam. Depois, contemplando a sua obra, “viu que era boa (…), muito boa”. O Senhor alegra-Se nela e “diz bem” dela. Deus bendiz e abençoa, sendo esta bênção dotada duma força particular que acompanha e configura toda a vida do ser que a recebe. E mesmo que tal bênção pareça estiolar, como sucedeu com o ser humano ao degenerar no pecado, nada poderá apagar aquela primeira marca de bondade recebida de Deus. Por isso, toda a esperança do mundo está posta nesta bênção imutável de Deus. Por exemplo, um ser humano pode permanecer nos seus erros por muito tempo, mas Deus continua pacientemente a esperar que aquele coração mude e retorne à sua bondade primordial. Mas Ele não Se limitou a esperar; “quando éramos ainda pecadores” (Rm 5, 8), recebemos do Céu a maior bênção do Pai: o seu Filho, que Se fez carne e por nós morreu na cruz. “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que (…) nos abençoou com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo”. Está aqui a explicação dos milagres sem conta de homens e mulheres que vemos renascer. Eram incapazes, sozinhos, de retornar à bênção primordial, mas envolveu-os a graça de Cristo que os tornou “santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença”. É verdade! Ele toma-nos como somos, mas nunca nos deixa como estávamos.

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Fonte: Vaticano