Hoje iniciamos um percurso de catequese que pretende, à luz da Palavra de Deus, perscrutar o significado e o valor da velhice. Nunca nós, os idosos, fomos tão numerosos na história, mas o risco de ser vistos como “um fardo” é alto. Hoje, há dois problemas urgentes para a família humana enfrentar: a migração e a velhice. Atualmente como sempre, convivem crianças, jovens, adultos e idosos, mas perguntemo-nos: existe amizade, existe unidade entre as diferentes idades da vida ou prevalece a separação e a rejeição? Em muitas regiões, constata-se que a terceira idade forma um grande número da população, enquanto se vai reduzindo cada vez mais a infância. Existem planos de assistência, mas não um plano de existência: é uma lacuna no pensamento, imaginação e criatividade. O prolongamento da vida deve ser objeto da nossa reflexão. Os velhos possuem recursos de um tempo já vivido que podem enriquecer o sentido da vida. Gostaria, por isso, de encorajar todos a investirem inteligência e afetos sobre os dons que a velhice traz consigo. Nas imagens sobre o sentido da vida, a velhice tem pouca incidência, porque é considerada uma idade que não tem conteúdos especiais a oferecer e a vivenciar, quando o que falta verdadeiramente é reconhecê-los. Na verdade, ser jovem é belo, mas ser velho também o é. Daí que a aliança entre as gerações, que restitui ao ser humano todas as idades da vida, é um dom que é preciso voltar a encontrar. Quando os idosos comunicam os seus sonhos, as crianças sabem o que devem fazer para abrir o futuro e olhar além da tela do smartphone. Que o Espírito Santo nos conceda os sonhos e as visões de que precisamos.


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Fonte: Vaticano