Na catequese de hoje, o Papa Francisco meditou sobre a importância da oração dos justos, “esta faz florir jardins em lugares onde o ódio do homem apenas foi capaz de ampliar o deserto”. Leia na integra. 
 
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“A oração dos justos é o dique contra o mal. Desde as primeiras páginas da Sagrada Escritura, vemos a presença crescente do mal no coração do ser humano: Adão e Eva desobedecem a Deus e comem da árvore proibida; Caim, o filho primogénito deles, mata seu irmão Abel; um tetraneto de Caim, Lamec, vangloria-se de ter morto um homem que o feriu e um jovem que o pisou, porque – diz ele –, ‘se Caim foi vingado sete vezes, Lamec sê-lo-á setenta vezes sete’. E assim se vai ampliando o mal até ao ponto de Deus se desgostar de ter criado o ser humano, porque ‘todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal’. Parece um caso perdido! Mas, nas mesmas páginas, temos outra história, menos saliente, mais humilde e devota, que constitui o resgate da esperança: é feita por pessoas capazes de rezar a Deus com sinceridade e de quem Deus se agrada como no sacrifício de Abel, como Henoc que ‘andou na presença de Deus e foi arrebatado ao Céu sem ver a morte’. E temos Noé que ‘andava sempre com Deus’: pensar nele levou Deus, não a destruir, mas a salvar a humanidade através do dilúvio. Contra a maré do mal que cresce no mundo, levanta-se como um dique a oração dos justos. Através deles, Deus realiza os seus desígnios na história: o mundo vive e cresce graças à força de Deus que estes seus servos atraem com a sua oração. Esta faz florir jardins em lugares onde o ódio do homem apenas foi capaz de ampliar o deserto. Deus passa através deste ‘resto’ da humanidade que não se rendeu à lei do mais forte, mas colocou a sua esperança em Deus, que pode transformar o nosso coração de pedra num coração de carne”. 
 
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Fonte: Vaticano