Na catequese de hoje (15), o Santo Padre deu continuidade as reflexões das bem-aventuranças, meditando sobre a sétima: “Bem-aventurados os pacíficos, porque serão chamados filhos de Deus!”. Segundo o Papa, a paz nem sempre é determinada por uma certa tranquilidade, harmonia e equilíbrio interior, mas, uma graça do próprio Cristo. Leia na íntegra.

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A sétima bem-aventurança fala-nos dos pacificadores, dos obreiros da paz, declarando-os felizes “porque serão chamados filhos de Deus”. Mas, de que paz se trata? Habitualmente tende-se a identificar a paz com uma certa tranquilidade, harmonia e equilíbrio interior. Ora isto nem sempre é verdade! Quantas vezes a inquietude marca um momento importante de crescimento na vida, enquanto a tranquilidade interior se fica a dever apenas a uma consciência adormecida; e então, na vida, o Senhor precisa de nos dar um abanão nestas falsas seguranças. O verdadeiro equilíbrio interior, ou seja, a verdadeira paz, recebemo-la de Cristo, o Filho de Deus. Os obreiros da paz, que serão chamados filhos de Deus, aprenderam e praticam a arte da paz, segundo o modelo que temos em Jesus Cristo e nos foi apresentado na leitura inicial: de dois povos – o povo judeu e o povo dos gentios –, Ele criou em Si próprio um só povo, fazendo a paz por meio da cruz. A paz de Cristo é fazer de dois um só, anular a inimizade e reconciliar. E o caminho para o conseguir é o seu corpo, com o dom da própria vida. De fato, n’Ele são reconciliadas todas as coisas, instaurando-se a paz pelo sangue da sua cruz. A paz vem da sua cruz e gera uma humanidade nova, encarnada numa série infinda de pessoas santas, criativas, que sempre inventam caminhos novos para se reconciliar com seus irmãos. Esta vida de filhos de Deus que, pelo sangue de Cristo, procuram e encontram os seus irmãos, é a verdadeira felicidade.

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Fonte: Vaticano