Na catequese de hoje (12), o Papa Francisco medita sobre a segunda bem-aventurança, “Felizes os que choram, porque serão consolados”. O santo padre nos aponta o caminho das lágrimas como reconhecimento do sofrimento que nasce do amor.

Leia na íntegra:

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“’Felizes os que choram, porque serão consolados’. Irmãos e irmãs, como é precioso o dom das lágrimas! Há pessoas aflitas que precisam de consolação; mas existem também pessoas regaladas, consoladas que precisam de ser despertas, desinquietadas, afligidas: têm um coração de pedra, já não sabem chorar. Mantêm os outros à larga; ora, é importante deixar os outros abrirem brecha no meu coração. A segunda Bem-aventurança, sobre a qual nos debruçamos hoje, fala sobretudo de um sofrimento, um pesar, uma tristeza interior que abre para uma relação autêntica com o próximo e com o Senhor. Trata-se de querer bem ao outro, de amá-lo, solidarizando-me com ele até ao ponto de partilhar o seu sofrimento: sofro por uma pessoa querida, seja porque está mal ou já não se encontra junto de mim, seja porque a fiz sofrer precisamente eu que sou seu amigo. Este é um sentido das lágrimas suposto nesta Bem-aventurança; mas há um segundo sentido: chorar pelo meu pecado, lamentar os meus erros. Pensemos no pranto do apóstolo Pedro por ter renegado o Mestre, ou na multidão de pessoas que, escutando Pedro no dia de Pentecostes, ‘ficaram emocionadas até ao fundo do coração’. Chora-se pelo mal feito ou pelo bem omitido, e por ter traído a relação com Deus. Entristece-nos o pensamento do bem que deixamos de fazer. Chora-se por não ter correspondido ao Senhor que tanto nos ama. Aqui está o sentido do pecado: ‘feri a Quem me ama’, e isto entristece-me até às lágrimas. Dizia Efrém, o Siro, que um rosto lavado com as lágrimas é um rosto inefavelmente belo. É verdade! Feliz a pessoa que acolhe o sofrimento que nasce do amor, porque receberá o Consolador, o Espírito Santo que é a ternura de Deus que perdoa e corrige”.

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Fonte: Vaticano