Um decreto do rei Antíoco Epífanes obrigava os judeus a comer carne imolada aos ídolos. Os executores do decreto, pela amizade que nutriam por Eleazar, sugeriram-lhe fingir que a comia, mas sem realmente o fazer; deste modo teria a vida salva. Afinal – insistiam eles – era um gesto mínimo, insignificante. Não é assim! – retorquiu Eleazar. Um idoso que concordasse em considerar irrelevante a prática da fé, levaria os jovens a acreditar que a fé não tem verdadeira relação com a vida, tratando-se apenas dum conjunto de atitudes e costumes que poderiam, em caso de necessidade, ser simulados ou disfarçados. Tal comportamento não honraria a fé, mesmo diante de Deus, e o efeito desta banalização seria devastador para os jovens. Uma pessoa idosa, que tivesse vivido os seus dias na coerência da fé e agora aceitasse fingir, levaria a nova geração a pensar que tal fé era uma ficção, uma cobertura externa que poderia ser abandonada com a desculpa de manter a fé dentro de si mesma. Claro, sabemos que a prática da fé pode cair numa exterioridade sem alma; mas, em si mesma, não o é. A fé merece respeito e honra: mudou a nossa vida, purificou a nossa mente, ensinou-nos a adoração a Deus e o amor ao próximo. É uma bênção para todos! Não podemos trocá-la por um punhado de dias tranquilos. Com humilde firmeza, demonstraremos, precisamente na nossa velhice, que acreditar não é “coisa de velhos”. Para isso podemos contar com a ajuda do Espírito Santo, que faz novas todas as coisas.

 

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Fonte: Vaticano