No final da audiência geral, diante de milhares de peregrinos de todo o mundo reunidos para ouvir sua catequese, o Santo Padre Francisco convidou os fiéis a acolherem com ânimo aberto a encíclica sobre o “cuidado da casa comum,” ou seja, a criação, que será publicada amanhã e segue as linhas da Doutrina Social da Igreja.

Esta nossa casa – recordou o Pontífice –  está se arruinando e isso prejudica a todos, especialmente os mais pobres. “O meu apelo é à responsabilidade, com base na tarefa que Deus deu ao ser humano na criação: cultivar e preservar o jardim, em que ele o colocou”.

Francisco também lembrou que no próximo sábado ocorre o Dia Mundial do Refugiado, promovido pelas Nações Unidas. Por isso, ele convidou a rezar por “tantos irmãos e irmãs que buscam refúgio longe de sua terra, que buscam uma casa onde possam viver sem temor, para que sejam sempre respeitados na sua dignidade”. Ele também encorajou o trabalho de quem lhes leva auxílio e fez votos de que a comunidade internacional atue de maneira conforme e eficaz para prevenir as causas das migrações forçadas”. O Papa também convidou todos a pedir perdão pelas pessoas e as instituições que fecham a porta para essas pessoas que buscam um lar, que buscam proteção.

A catequese desta semana abordou a questão do luto na família pela perda de um dos seus membros. Francisco reconheceu que “a morte faz parte da vida, mas quando se dá na família, é muito difícil vê-la como algo natural”.

Ele recordou os pais “que vivem a desoladora experiência de ter de enterrar seus filhos, ou nas crianças que ficam órfãs: algo difícil de explicar”, e sublinhou que “há quem chegue até a culpar a Deus”.

“O pecado faz com que esta realidade seja ainda mais dolorosa e injusta”, explicou Francisco. “Jesus nos ensina a não temer a morte – continuou- mas também a vivenciá-la de forma humana. Ele mesmo chorou e ficou turbado ao compartilhar o luto de uma família querida”.

Mas “entre os cristãos –destacou Francisco- há muitas famílias que dão um belo testemunho de que a fé na Ressurreição é fonte de força e consolação”. “Protege-nos tanto do niilismo como das falsas consolações supersticiosas e nos confirma que a morte não tem a última palavra”.

Ele afirmou que “quando uma família de luto encontra forças para perseverar na fé e no amor que une as pessoas caras, experimenta-se que o amor é mais forte que a morte”.

No final, o Papa Francisco saudou os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os membros do Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase e do Instituto Dom Helder Câmara. Ele expressou o desejo de que “nos seus corações reine a certeza de que o amor misericordioso do Pai celeste não esquece ninguém e se revela especialmente próximo daqueles que são deixados para trás pela cultura do descarte. Que Deus abençoe a cada um de vocês e quantos lhes são queridos”.

Como toda semana, no final das saudações em várias línguas, o Santo Padre dedicou algumas palavras aos jovens, doentes e recém-casados. Ele recordou que ainda está vivo em nós o eco da Solenidade do Sagrado Coração de Jesus e fez votos de que os jovens encontrem nesse Coração o alimento da vida espiritual e a fonte da esperança. Os doentes foram convidados a oferecer o sofrimento ao Senhor, para que continue a espalhar o seu amor no coração dos homens. Aos recém-casados desejou que no caminho que empreenderam, se aproximem da Eucaristia para que “nutridos por Cristo” sejam famílias cristãs tocadas pelo amor do Coração de Jesus.

Fonte: Zenit