“A sogra de Simão Pedro estava de cama com febre”: ouvimos ler ao princípio. Não sabemos se a doença era grave ou não, mas, na velhice, até uma simples febre pode ser perigosa. A doença pesa sobre o idoso de modo diferente de quando se era jovem ou adulto; já não se consegue sonhar a esperança num futuro, porque este parece ter-se acabado. Mas o referido caso do Evangelho ajuda-nos a esperar. Notemos que Jesus não vai sozinho visitar aquela idosa doente, mas acompanham-No os discípulos. É a comunidade cristã que deve cuidar dos idosos; parentes e amigos devem sentir a responsabilidade de os visitar e, na sua oração, apresentá-los ao Senhor. Vendo aquela mulher doente, Jesus toma-a pela mão e levanta-a curando-a. Com este gesto de terno amor, dá a primeira lição aos discípulos: a salvação anuncia-se, ou melhor, comunica-se através da atenção prestada àquela mulher doente. Mas, se a primeira lição foi dada por Jesus, a segunda deu-a à sogra de Simão: a da gratidão que se faz serviço. “Levantou-se e começou a servi-los”. É bom que os idosos cultivem a responsabilidade de servir, vencendo a tentação de ficar de lado. O Senhor não os descarta, mas restitui-lhes as forças para continuarem a servir. Se os anciãos, em vez de ser descartados e dispensados de intervir nos acontecimentos que marcam a vida da comunidade, fossem colocados no centro da atenção coletiva, sentir-se-iam encorajados a exercer o ministério da gratidão a Deus, que não Se esquece de ninguém. Esta gratidão das pessoas idosas pelos dons recebidos restitui à comunidade a alegria da convivência e confirma a fé no seu destino último.

 

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Fonte: Vaticano