Continuamos nossa reflexão sobre São José com outro aspecto importante de sua figura: o silêncio. Os Evangelhos não recolhem nenhuma palavra sua. Com este silêncio, José antecipadamente confirma o que escreveria Santo Agostinho: “à medida que cresce em nós a Palavra, diminuem as palavras”, convidando-nos a abrir espaço à presença de Jesus, Palavra feita carne. O silêncio de José não é mutismo, mas é um silêncio cheio de escuta e que denota grande interioridade. Sob o exemplo de São José devemos recuperar a dimensão contemplativa da vida. Aprendamos dele, portanto, a cultivar tempos de silêncio nos quais possa surgir uma outra Palavra: a do Espírito Santo que habita em nós. Não é fácil reconhecer essa Voz em meio às tantas vozes das preocupações, tentações, desejos e esperanças que ouvimos em nosso interior, mas sem esse treinamento, que vem da prática do silêncio, nossas palavras podem tornar-se malsãs. São José uniu o silêncio à ação. Não falou, mas fez, mostrando-nos assim aquilo que um dia Jesus diria aos seus discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor! Senhor!’entrará no Reino dos Céus, mas só aquele que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus”.
Concluamos com uma oração:
São José, homem do silêncio,
vós que no Evangelho não proferistes palavra alguma,
ensinai-nos a jejuar de palavras vãs,
a redescobrir o valor das palavras que edificam, encorajam, consolam e apoiam.
Estai próximo de quantos sofrem por causa das palavras que ferem,
como as calúnias e as maledicências,
e ajudai-nos a unir sempre as ações às palavras. Amém.
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Fonte: Vaticano