São José teve de fugir com a família para o Egito, a fim de livrar Jesus das mãos do rei Herodes, que, imaginando n’Ele uma ameaça ao trono, decide matá-Lo. Aquela fuga salvou Jesus, mas infelizmente não impede o massacre dos restantes meninos de Belém com menos de dois anos de idade. Hoje vemos em São José o imigrante perseguido e corajoso, que nos deixa esta lição: a vida sempre nos reserva contrariedades e, à vista delas, podemos sentir-nos ameaçados, amedrontados, mas não é tirando fora o pior de nós mesmos – como fez Herodes – que podemos superar tais momentos, mas comportando-nos como José que reage ao medo com a coragem de se abandonar confiadamente à Providência de Deus. José demonstra ser um homem corajoso ao cumprir a ordem do Anjo, que ordenou a fuga; não é difícil imaginar os sustos e percalços que teve de vencer, bem como as dificuldades que comportou a permanência num país estrangeiro. E a coragem de José vê-se também no regresso depois de tranquilizado pelo Anjo a propósito da morte de Herodes: supera compreensíveis temores e vai, com Maria e Jesus, estabelecer-se em Nazaré. Herodes e José são duas figuras opostas que refletem as duas faces da humanidade de sempre. É ideia comum, mas errada, considerar a coragem como virtude exclusiva dos heróis com as suas façanhas, quando, na realidade, a vida quotidiana duma pessoa requer tanta coragem para enfrentar as dificuldades do dia a dia. E como não lembrar inúmeros homens e mulheres corajosos que, para permanecer coerentes com a sua fé, enfrentaram todo o gênero de dificuldades, suportando injustiças, decisão pública e até a morte? A coragem é sinônimo de fortaleza, a qual, juntamente com a prudência, a justiça e a temperança, forma o grupo das chamadas “virtudes cardiais”, necessárias a todo o homem e mulher sobre a terra.

 

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Fonte: Vaticano