No Evangelho, São José é apresentado como “o carpinteiro”. É por isso natural que Jesus tenha aprendido do pai esta profissão. Na Palestina daquele tempo, a madeira não servia apenas para fazer arados e outros utensílios, mas também para construir a casa. Era um trabalho duro. Porém, do ponto de vista econômico, não originava grandes ganhos, daí que, no dia da apresentação de Jesus no Templo, Maria e José ofereçam somente um par de rolas ou de pombas (cf. Lc 2, 24), como a Lei prescrevia para os pobres. Esta dimensão da vida de José e Jesus faz-me pensar em todos os trabalhadores do mundo, especialmente naqueles que têm empregos desgastantes em minas e em certas fábricas; naqueles que são explorados em situações ilegais; naqueles que são vítimas de acidentes no trabalho; nas crianças que são obrigadas a trabalhar ou que remexem as lixeiras à procura de algo útil para trocar… Penso igualmente nas pessoas que se encontram sem trabalho, muitas delas devido à pandemia. Recordo muitos jovens, pais e mães à procura de emprego, situação por vezes tão dramática que lhes rouba a esperança e a vontade de viver. Na verdade, o trabalho não serve apenas para se conseguir o justo sustento; ajuda também a sentirmo-nos úteis à vida dos outros. Vale a pena perguntar-nos: com que espírito fazemos o trabalho de cada dia? Não esqueçamos que o trabalho fomenta a dignidade humana e é caminho de santificação.

Estimados irmãos e irmãs, por tudo isso gostaria hoje de recitar convosco a oração que São Paulo VI elevou a São José a 1 de maio de 1969:

Ó São José,

Padroeiro da Igreja

vós que, ao lado do Verbo encarnado

trabalhastes todos os dias para ganhar o pão

tirando d’Ele a força para viver e labutar;

vós que experimentastes a ansiedade do amanhã,

a amargura da pobreza, a precariedade do trabalho:

vós que irradiais hoje, o exemplo da vossa figura,

humilde perante os homens

mas grandíssima diante de Deus,

protegei os trabalhadores na sua dura existência quotidiana,

defendendo-os do desânimo

da revolta negadora,

bem como das tentações do hedonismo;

e preservai a paz no mundo,

aquela paz que, por si só, pode garantir o desenvolvimento dos povos. Amém.

———-
Fonte: Vaticano