O povo cristão tem São José como patrono da boa morte. É uma devoção baseada no pensamento de que José terá morrido assistido pela Virgem Maria e Jesus. Recentemente, de forma dramática, a pandemia evidenciou a realidade da morte, que a cultura do bem-estar tenta afastar do pensamento. Porém, a fé cristã não dissimula o medo da morte, ajuda sim a enfrentá-lo. Graças à fé na ressurreição de Jesus, podemos aproximar-nos do abismo da morte sem ceder ao medo e aproveitar a própria morte para olhar a vida com novos olhos. Por que razão caímos na tentação de acumular riquezas? Eu nunca vi o caminhão com as mobílias atrás de um carro fúnebre! Por que razão litigamos, se um dia morremos? Queridos irmãos e irmãs, é preferível acumular as obras de caridade e morrer reconciliados com todos. Sabemos que a hora da morte foge ao nosso controle, mas, pensando nela, podemos fazer importantes escolhas. A primeira passa por reconhecer que, uma vez feito tudo para curar um doente, é imoral o encarniçamento terapêutico. A segunda diz respeito à qualidade da morte e do sofrimento. Graças aos chamados “cuidados paliativos”, tem-se ajudado a viver a última fase da vida de forma mais humana; mas essa ajuda significa acompanhar, não provocar a morte ou o suicídio. A vida, sim, é um direito, não a morte, que deve ser aceite e não ministrada. Que São José nos ajude a viver da melhor maneira possível o mistério da morte, fazendo a experiência da misericórdia de Deus, que está ao nosso lado também no último momento.
 

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Fonte: Vaticano