Os bispos reunidos em Itaici, Indaiatuba (SP), aprovaram no final da tarde de ontm, 29, o Manifesto em favor da família. No Manifesto, a CNBB reafirma, entre outras coisas, a primazia da família. “A família tem prioridade em relação ao Estado e à sociedade, pois ela é a primeira e mais decisiva fonte onde se transmitem a vida e o seu significado e se experimentam os valores humanos para alcançar o bem da comunidade”, diz o texto.
 
No próximo dia 24 de maio, a Comissão Episcopal para a Vida e a Familia da CNBB realizará uma grande peregrinação nacional em favor da família. Leia, abaixo, a íntegra do Manifesto aprovado hoje na 47ª Assembleia Geral da CNBB.

Manifesto em favor da família
  
Nós, Bispos do Brasil, reunidos na 47ª Assembleia Geral da CNBB, em Itaici, Indaiatuba (SP), nos dias 22 de abril a 1º de maio de 2009, a caminho da “Peregrinação Nacional em Favor da Família” ao Santuário Nacional de Aparecida, dia 24 de maio de 2009, nos deparamos com constantes ameaças à vida e à família. À luz da Palavra de Deus, do Magistério da Igreja e da experiência humana, reafirmamos que:

Deus criou o ser humano à sua imagem e semelhança, homem e mulher ele os criou (cf. Gn 1,27), destinando-os à plena realização na comunhão de vida, de amor e de trabalho. Por essa razão, o matrimônio e a família constituem um bem para os esposos e a sociedade. O amor conjugal aberto à geração e educação dos filhos proporciona a experiência de paternidade e maternidade através das quais os pais se tornam colaboradores do Criador. “O futuro da humanidade passa pela família” (João Paulo II);

O Estado e outras organizações civis estão a serviço, defesa e promoção da vida e da família. Ela é sujeito titular de direitos naturais e invioláveis. Sua legitimação se encontra na natureza humana e não no reconhecimento do Estado. A família tem prioridade em relação ao Estado e à sociedade, pois ela é a primeira e mais decisiva fonte onde se transmitem a vida e o seu significado e se experimentam os valores humanos para alcançar o bem da comunidade.

A família goza do direito de ser assistida por políticas públicas governamentais e sociais que possibilitem o seu acesso à vida digna, à alimentação, à saúde, à moradia, ao salário justo, à educação e escola para os filhos, à formação profissional, ao descanso, ao lazer e à infra-estrutura sanitária;

Cabe ao Estado proteger a família estável fundada no matrimônio, não por razões religiosas, mas porque ela gera relações decisivas de amor gratuito, cooperação, solidariedade, serviço recíproco e é fonte de virtudes para uma convivência honesta e justa;

Os meios de comunicação, os poderes públicos, os profissionais de saúde, as universidades, o sistema educacional, as empresas, as instituições e os organismos não-governamentais e todas as igrejas são conclamados a promover os valores da família e agirem como seus amigos;

A Pastoral Familiar, Movimentos, Serviços e Institutos sejam uma força intensa e vigorosa para anunciar o “Evangelho da vida e da família” e acolher aquelas que se encontram em situações especiais. Na verdade, a família contribui para que todos os povos reconheçam os laços fraternos que os unem, pois o mundo é chamado a ser uma grande família, um mundo de irmãos.

Pedimos a Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Padroeira do Brasil, que abençoe e acompanhe a família brasileira a fim de que nela habitem a fé, a esperança e o amor tão próprios da Sagrada Família de Nazaré. “Dobremos os joelhos diante do Pai, de quem toda família no céu e na terra, recebe seu verdadeiro nome” (Ef 3,15).

Itaici, Indaiatuba-SP, 29 de abril de 2009
 
 
 
Dom Geraldo Lyrio Rocha
Arcebispo de Mariana-MG
Presidente da CNBB

Dom Luiz Soares Vieira
Arcebispo de Manaus-AM
Vice-Presidente da CNBB

Dom Dimas Lara Barbosa
Bispo Auxiliar do Rio de Janeiro-RJ
Secretário Geral da CNBB