Cantaremos pelas ruas de nossas paróquias nesta quinta-feira, as palavras escritas pelo Doutor Angélico, Santo Tomás de Aquino: “Tão Sublime Sacramento adoremos neste altar…”; pelas ruas de nossos bairros, guiados pelo Santíssimo Sacramento, o Bom Pastor, carregando em nossos corações a feliz alegria, reforçaremos a nossa fé: “O Senhor é o Pastor que me conduz, não me falta coisa alguma!”
A Solenidade de Corpus Christi quer ser para a Igreja um momento de extrema Misericórdia; realidade da qual nos fala o Papa Francisco: “Seu Corpo é verdadeira comida sob a espécie de pão; seu Sangue é verdadeira bebida sob a espécie de vinho. Não é um simples alimento com o qual sacia nossos corpos, como o maná; o Corpo de Cristo é o pão dos últimos tempos, capaz de dar vida, e vida eterna, porque a substância deste pão é Amor.”
Qual é este Amor que nos fala o Santo Padre?
Tenho a firme convicção de que o Santo Padre nos fala, do Amor Misericordioso de Jesus que nos impele ao mandato missionário: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura.” (Mc 16,15)
Amor que percebemos nas parábolas da misericórdia, que retratam bem o coração misericordioso de Deus para com a humanidade: o “filho pródigo” que pode confiar no perdão do pai e lançar-se no seu abraço (Lc 15,11-32); a “ovelha perdida” queé preciosa ao coração do Bom Pastor da humanidade, que a procura e resgata com toda ternura (Lc 15,1-7). E a “moedinha perdida e reencontrada” que deixa ser motivo de festa no céu (Lc 15,8-10).
A procissão eucarística desta quinta-feira será para nós, um encorajamento, um ‘ide’ também vós que estais pelo caminho e levai a Misericórdia do Senhor aos corações necessitados, pois, “somos todos filhos da misericórdia de Deus e, sem ela, não seríamos ninguém, nem existiríamos. Deus é amor – “Deus caritas est”! (Papa Emérito, Bento XVI)
Ao olharmos o “Corpus Christi” no ostensório que vai carregado pelas mãos do sacerdote, enxergaremos a nossa missão: Ir por este mundo, pregando o Evangelho do Amor que pede de todos nós, atitudes práticas: alimentar, matar a sede, agasalhar, albergar, curar, visitar e sepultar; aconselhar, ensinar, corrigir, consolar, perdoar, suportar e orar: Obras de Misericórdia!
Gestos tão queridos pela Santa Igreja, no decorrer dos séculos, pois “a mensagem da Misericórdia Divina constitui um programa de vida muito concreto e exigente, porque implica obras. E uma das obras de misericórdia mais evidentes, embora talvez das mais difíceis de praticar, é perdoar a quem nos ofendeu, a quem nos fez mal, àqueles que consideramos como inimigos… Na Misericórdia está sempre incluído o perdão”. (Papa Francisco)
Que bom poder nesta quinta-feira, dobrar os nossos joelhos em adoração solene ao Corpus Christi e ter presente em nossos corações que precisamos ser como Igreja, “em primeiro lugar, a verdadeira testemunha da misericórdia, professando-a e vivendo-a como o centro da Revelação de Jesus Cristo. Do coração da Trindade, do íntimo do mistério de Deus, brota e flui incessantemente o grande rio da misericórdia. Esta fonte nunca poderá esgotar-se, por maior que seja o número daqueles que dela se aproximam Sempre que alguém tiver necessidade, poderá achegar-se a ela, porque a misericórdia de Deus não tem fim.”
Fica a cada um de nós, um convite, para esta quinta-feira, que nos fortalecerá pelo resto de nossas vidas: “Amemo-nos uns aos outros, pois o amor vem de Deus e todo aquele que ama nasceu de Deus e conhece a Deus. Aquele que não ama, não conhece a Deus, porque Deus é amor” (1Jo 4, 7-8), pois como nos assegura S. Pio X: “A devoção à eucaristia é a mais nobre de todas as devoções, porque tem o próprio Deus por objeto; é a mais salutar porque nos dá o próprio autor da graça; é a mais suave, pois suave é o Senhor”.
Caminhemos adorando o Senhor…
Pe. Rodrigo Silva Pereira
Paróquia Nossa Senhora Aparecida
Diretor Espiritual da RCC da Diocese de Osasco (SP)