Foi durante a última peregrinação do Conselho Nacional, à Terra Santa. Vivemos uma procissão luminosa, pelas ruas de Belém. Uma criança mulçumana me acompanhou por alguns passos, até tomar coragem e pedir a vela que eu levava. Quisera poder partilhar mais que a luz frágil, poder compartilhar Jesus, a luz eterna. Pude ao menos sorrir e entregar aquela pequena chama, esperando que fosse um testemunho para sua vida, para lembrar que os cristãos são generosos. Ele saiu pelas ruas da cidade onde nasceu a Luz do Mundo, gritando, feliz. Ao ver a escuridão que ele se embrenhava, meu coração ficou angustiado. Quantos ainda não conhecem o Sol da Justiça!

Hoje, Páscoa do Senhor, recordo os que ainda não creem no Cristo. Recordo que ainda não testemunhamos o suficiente, ao mundo todo, que Jesus vive e é o Senhor. Lembro o que o Espírito pede à RCC Brasil: IR! Lembro das palavras de Jesus, nossa motivação em 2024: A paz esteja convosco, assim como o Pai me enviou, eu vos envio a vós! Então, penso na promessa: Se com Ele morrermos, com Ele viveremos. Quanto é necessário para essa ressurreição, que é o grande testemunho que podemos dar. Tomar a cruz e segui-lo. Morrer com Ele. Renunciar a si mesmo. Para que o mundo creia, sermos um! Quanto é exigido para que resplandeçamos a luz do Ressuscitado.

O dia eterno, dia que o Senhor fez para nós, nos convida a exultar de alegria. Sei bem que, para os santos, esse exultar era exatamente: viver a vida no Espírito, a sóbria embriaguez, a santidade. A ressurreição me faz recordar que eu vou viver para sempre com Cristo Vivo, essa é a minha fé e a minha esperança, mas também é a cobrança que me faço todos os dias: quanto eu estou preparado? Consigo entrar pela porta estreita? Estou tão unido a Cristo que possua a sua estatura de filho de Deus? Sem o Senhor, nada posso fazer, mas com Ele, tudo, porque Ele me fortalece. Um dia verei Jesus. Quando eu morrer, viverei nele! Gloriosa esperança! Para tanto, quero e preciso espalhar a nova luz, a cintilante aurora, que se desdobra no céu, num coro angelical, acompanhado de vozes de mártires e de santos de todos os tempos: Vive Jesus, o Senhor!

Quero cantar essa canção. Quero espalhar essa luz, como o Círio Pascal que entrando na Igreja escura, distribui sua chama, sem perder sua força. Dá-me a graça, Jesus. Eu quero IR, com o envio da Tua paz, testemunhar a tua ressurreição.

Bruno Maffi

Grupo de Oração Dom Albano

Arquidiocese de Londrina/PR