A família é a célula vital da sociedade e, como integrantes dessa célula, precisamos colaborar com o projeto de Deus aqui na terra. Para isso, o Senhor Deus conta com os pais para assumirem sua missão de educadores de seus filhos e, segundo o Catecismo da Igreja Católica, essa missão inicia-se “cuidando da sua educação moral e formação espiritual” (2221), “olhando para os seus filhos como filhos de Deus” (2222) e “pela criação de um lar onde são regra a ternura, o perdão, o respeito, a fidelidade e o serviço desinteressado” (2223). Dessa forma, ajudarão os filhos a viverem a verdade da fé e a seguirem os passos de Jesus.

Nessa perspectiva, os pais se tornam mestres e aprendizes: mestres, ao ensinarem aos filhos como devem viver neste mundo, lembrando-os de que somos cidadãos do céu (cf. Fl 3,20), e que aqui estamos de passagem, precisando fazer com que nossas experiências em família e sociedade nos ajudem a ser caminho para o céu, tanto para nós mesmos quanto para as pessoas com quem convivemos. E, sendo aprendizes do Grande Mestre e Senhor, Jesus Cristo, aquele que é o Caminho, a Verdade e a Vida, os pais precisam aprender a agir com amor, misericórdia, justiça, autoridade e firmeza, e, principalmente, não se deixarem levar pelos modismos ou transferirem essa responsabilidade para terceiros; a educação dos filhos é primeiramente um compromisso dos pais com Deus, faz parte das promessas feitas no matrimônio e precisa ser cumprida com amor e zelo.

Hoje, mais do que nunca, percebemos a necessidade de uma educação que aponte para o amor, a paz, a caridade, a fraternidade, a partilha e o temor a Deus. Esses ensinamentos se aplicam a tudo na vida dos filhos: ao hábito da oração diária em casa e à participação na Santa Missa semanal; à escolha das amizades, da escola e do lazer; à forma de se relacionarem com as demais pessoas; à descoberta da vocação que irão seguir, dentre outros. É necessário ensiná-los a amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmos (cf. Mt 22, 37-39), para que os filhos, desde pequenos, entendam seu lugar no mundo e queiram ser pessoas melhores para um mundo melhor, onde reine a justiça, a paz e a vida.

A família é a Igreja Doméstica, é onde primeiramente deve-se ensinar, acolher, corrigir e amar. “Ensina à criança o caminho que ela deve seguir; mesmo quando envelhecer, dele não há de se afastar.” (Pr 22,6). Tudo começa em casa; depois vem a Igreja, a escola e outros espaços de convivência que podem ser parceiros no processo educacional, mas nunca podem substituir o papel primordial dos pais.

No Evangelho segundo Mateus, Jesus nos exorta a construirmos a nossa casa sobre a rocha, sendo prudentes, sempre colocando em prática a Palavra de Deus no dia a dia, dando testemunho com a própria vida, como homens e mulheres que têm a autoridade espiritual de governar o seu lar (cf. Mt 7, 24-29). Como cristãos, precisamos assumir o protagonismo em nossos lares e na vida de nossos filhos e, através do nosso testemunho, dar o que temos e ensiná-los a ter um relacionamento de intimidade com Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo.

Para essa missão, o Espírito Santo é o nosso grande aliado. Ele guia nossos passos em direção à santidade e nos dá sabedoria para sabermos como chegar aos corações dos filhos e filhas, desde o ventre materno até a vida adulta. Que, a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, espelhando-nos em José e Maria, nós, pais, possamos colocar em prática a vontade de Deus em prol da educação de nossos filhos e filhas, para que sejam verdadeiros imitadores de Jesus.


André Alves e Shirlene Alves

Coordenadores Estaduais do MPF-BA

Grupo de Oração Santa Rita de Cássia – Itabuna-BA